- Então é isso?
Caminhávamos pelas calçadas da rua, iluminada e muito movimentada no centro da cidade. O barulho fez com que a nossa comunicação fosse mais alta possível, então Eren praticamente gritou pra mim.
E eu sorri.
- Sim.
Ele sorriu também.
Contei a ele sobre minha participação no projeto de Levi Ackerman. Obviamente, ele quis saber de todos os detalhes e demonstrou todas as reações possíveis, desde empolgação e até mesmo desconforto quando percebeu que Armin estava lá e não ele. Eu o deixei saber que queria sua presença também.
- Você sabe que a realidade é bem diferente, né? - Ele perguntou. Eu assenti sem protestar e então vi que ele acreditava em mim. - Estou orgulhoso de você, Mikasa.
Eu apenas pude retribuir com um sorriso.
Eren puxou a minha mão, entrelaçando à sua, e em poucos minutos entramos em uma rua mais calma. Agora já não havia mais necessidade de gritar, mas sua mão continuava na minha.
- Estou certo de que você irá contar para mamãe e papai. - Ele estava dosando o que realmente queria falar e isso era engraçado.
- Eren, apenas fale de uma vez. - Fui divertida. Ele tentou fazer uma cara de indignado, mas se rendeu caindo em risos.
- Você é horrível.
- Eu te conheço.
Sua mão apertou a minha, antes de um Eren totalmente sério continuar.
- Quero que você venha jantar conosco. - Seu pedido aqueceu não só o que havia por dentro, mas também tudo por fora. Eu o olhei tão séria quanto ele no momento.
- Como nos velhos tempos?
Seu rosto mudou um pouco. Eu não sabia o que aquilo significava. Porém, o próximo passo de Eren foi assentir, sorrindo divertido. Eu apertei o laço entre nossas mãos.
- Bom, preciso mesmo colocar as conversas em dia. - Confirmei minha resposta. E desejo.
- Preciso encontrar uma data em que eles dois não estejam de plantão e aí... - Seu celular começou a tocar. Soltei a sua mão, o dando alguma privacidade. Eren me olhou, eu o incentivei atender.
- Oi, Annie. - Annie. Assenti para mim mesma.
Eren tomou uma distância considerável e começou a falar baixinho com a namorada. Eu não sabia bem o que fazer, então apenas peguei meu celular e comecei a revirar. A mensagem de Jean ainda estava lá, intocável.
"Vou assistir seu jogo-treino na sexta. Espero que um gol seja pra mim."
Olhei para Eren, que ainda parecia muito ocupado e comecei a digitar.
"Vou fazer o meu melhor quanto a isso."
Tranquei a tela do celular e Eren veio na minha direção. Livre. Sem nenhum celular. Suas mãos nos bolsos do moletom eram perfeitos para a cena, enquanto seu olhar era totalmente despreocupado. Como se nada e nenhum peso o atingisse.
Meu celular apitou e eu consegui ler pela barra de notificações: "Você já está indo dormir? Boa noite."
Eren chegou em mim, colocando um de seus braços sobre meus ombros. O olhei atônita, mas tudo que ele fez foi sorrir, logo depois, abaixando os olhos para o celular na minha mão.
- Jean Kirstein? - Seu rosto era confuso quando se voltou a mim.
Assenti sem mais delongas. Eu sabia que Eren e ele não eram bem amigos...
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A Improbabilidade de Mikasa Ackerman - REVISANDO
FanfictionIndependente aos 20, notável na faculdade e com todo o futuro planejado. O que poderia dar errado? Senta aí, que eu vou te contar as improbabilidades da minha vida que me fazem questionar a linha tênue da felicidade.