Capítulo 9

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No dia seguinte acordamos cedo, ainda nem tinha amanhecido direito e já estamos de pé.

Minha mãe está na cozinha preparando o café da manhã enquanto eu e Reese ajeitamos uma mala menor para passar apenas alguns dias em Cefalú.

Reese ia assustar até os funcionários do hotel se chegasse lá com tantas malas para apenas 3 dias.

A viagem a Cefalú seria rápida, é como uma tradição irmos lá quando eu estou na Sicília.

Primeiro que a cidade é incrível, depois de Castellammare é meu lugar favorito na Sicília. Segundo porque Veronica quase não fica junto com o pai, sempre inventa uma desculpa para fugir das reuniões de família.

Não sei qual foi o milagre que a fez vir para o Natal desse ano, mas fico feliz por Luigi. Ele adora a família toda reunida, principalmente no Natal.

— Emma? Reese? — minha mãe grita do primeiro andar. — Vamos nos atrasar desse jeito.

— Se nos atrasarmos vou fazer questão de dizer que a culpa é sua. — murmuro para Reese. — São 15 dias, mas parece que veio morar na Itália.

Ele ergue seu corpo, que estava inclinado para guardar alguma coisa em sua mala, e me encara.

— Não posso fazer nada se sou uma pessoa indecisa, Emma. — ela se defende fingindo estar ofendida. — Tive que trazer todas as minhas opções e decidir qual usar aqui.

Eu rio porque Reese é exatamente assim. Quando ela casar vai ter que começar a ser arrumar dois dias antes da cerimônia. Isso se ela não resolver mudar o penteado no dia do casamento.

Nós descemos as escadas, cada um com sua mala de mão, e as deixamos na sala, ao lado da pequena bolsa que minha mãe e Luigi dividiam.

Tudo bem que quatro malas é um absurdo, mas um casal dividir uma única bolsa também não era?

Nem eu seria capaz de tal feito.

Tomamos nosso café da manhã com calma já que não tínhamos um horário certo para sair. A pressa da minha mãe se resumia em aproveitarmos toda a quinta-feira em Cefalú.

Decidimos ir em dois carros, assim Reese e eu ficaríamos livre para passear e explorar Cefalú, caso minha mãe e meu padrasto não quisessem ir.

Além do mais, Luigi insistia em ir com o carro dele e não caberíamos todos na sua pequena Cinquecento branca.

Ofereço minha Mercedes - alugada - para irmos, mas ainda assim ele insiste em dirigir aquele pedaço de algodão doce pelas ruas da Sicília.

Luigi é teimoso e turrão como todo bom italiano, discutir com eles é uma grande perda de tempo. Eu nem ouso entrar em uma discussão com ele.

Então deixo para lá.

A viagem até Cefalú foi tranquila e empolgante. Além da paisagem deslumbrante tive o prazer de escutar durante uma hora e meia os monólogos da Reese sobre as boates em Cefalú que ela encontrou na internet e sobre um hotel maravilhoso que ela encontrou na encosta, bem próximo ao mar.

— Quero um quarto só para mim, Emma. — Reese quase esbraveja enquanto eu dirijo. — Nem vem!

— Reese, economizaríamos se ficássemos em um quarto só. — defendo.

— Deus me livre. — ela joga as mãos para o alto. — Prefiro gastar dinheiro. Nada contra você, claro. — ela se defende e ri. — Mas e se eu conhecer alguém? — ela estreita os olhos e me encara. — E se você conhecer alguém?

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora