Capítulo 7

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Depois de quase 20 horas de voo e uma escala de 4 horas em Roma, finalmente conseguimos chegar no Aeroporto Fontanarossa, na Catania. Que no caso era o mais próximo da cidade onde minha mãe mora.

— Mamma mia! — Reese exclama animada. — A Itália é o paraíso dos homens! — para confirmar sua fala ela gira o corpo todo para olhar dois rapazes que passam ao nosso lado. — Esse lugar cheira a feromônio, Emma. Se não me cuidar vou voltar grávida para a américa.

Nós rimos da sua observação sem fundamento e continuamos caminhando em direção as esteiras, para pegarmos nossas malas.

— Sua mãe vem nos buscar? — me pergunta assim que paramos.

— Não, é muito longe. — explico. — Não deixei que ela viesse dessa vez, mas aluguei um carro. — ergo minhas sobrancelhas e Reese bate palmas com a animação.

— A Itália que me segure. — ela ri, tira os óculos de sol do topo da cabeça e o coloca nos olhos.

— Pelo visto quem vai ter que te segurar sou eu. — rio e rolo meus olhos.

Como sempre, nossas malas são as últimas a aparecer. Deve ser a lei de Murphy ou alguma coisa parecida, mas eu sempre sou uma das últimas a sair da esteira com as minhas malas.

Reese trouxe 4 delas. Três grandes e uma de mão, não sei como ela consegue carregar tanta coisa. Eu trouxe duas, se precisasse de alguma coisa a mais compraria na Itália.

Como a nossa roupa de réveillon, que deixamos para comprar em Palermo na semana da virada.

Ainda paramos no Duty free para comprar perfumes e chocolates.

Quando saímos da área de desembarque, encontro um senhor com uma plaquinha escrito Srta. Davis.

Vou ao encontro dele e Reese me segue, empurrando o seu carrinho pesado, com todas as suas malas.

— Com licença, sou Emma Davis. — digo a ele em italiano e estendo a mão para cumprimentá-lo. Na mesma hora ele abaixa a plaquinha com o meu nome.

Ciao Emma! — ele ignora minha mão estendida e me abraça. O calor humano dos italianos pode ser bem inconveniente às vezes. O homem é funcionário da locadora de carros, nunca o vi na minha vida. — Vamos, vou te levar até o seu carro.

O senhor segura meu carrinho com as bagagens e o empurra para mim.

Vou até Reese e a ajudo com o dela, que claro, estava mais pesado que o meu.

— Odeio não entender o que vocês dizem. — ela diz emburrada.

— Inglês é uma língua universal, com certeza encontraremos alguém para conversar na nossa língua nativa. — a conforto.

Quando chegamos até a área externa do aeroporto, o senhor que nos acompanha já está no carro que eu aluguei, colocando minha bagagem na mala.

— Oh meu Deus! Nunca vou me cansar dessa vista. — Reese declara encantada.

A nossa frente está o grande e poderoso Etna. Um dos maiores e mais ativos vulcões do mundo, também conhecido como Mongibello.

— Ele é magnifico. — digo fascinada olhando a enorme montanha com neve no cume. 

— Por favor, não comece com aquela história. Se eu ganhasse um dólar para cada vez que você a conta quando chegamos a Sicília, eu já estaria rica.

Nós gargalhamos e ela entrega seu carrinho de bagagem ao senhor que nos ajuda.

— Mas é uma história incrível, Reese. — exclamo indignada. — E os italianos dão muito valor a ela. Se não quiser ser odiada por aqui finja amar a história do Etna.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora