Capítulo 2

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Penso sozinha em que momento seria melhor para dar a notícia ao Christian e decido que quanto mais eu adiar, pior vai ser.

Se eu o avisar hoje ainda, no início de agosto, teremos 4 meses para organizarmos todas as coisas até a minha viagem e prepará-lo para a minha ausência.

Alcanço o telefone em cima da minha mesa, o tiro do gancho e teclo os números do ramal da Amy, minha secretária.

- Em que posso ajudá-la, Emma? – sua voz prontamente sai do telefone após dois toques.

- Amy, verifica para mim se o Christian está na sala dele, por favor?

- Claro, já te retorno. – eu desligo a ligação e fico aguardando seu retorno.

Eu mesma poderia fazer isso, mas não queria que soubesse que temos intimidade, não gostaria que soubessem do relacionamento que eu tenho com o Christian fora da revista. Ainda não estava na hora.

É tudo muito recente. Nem eu mesmo sei o que temos e assim que descobrir, eu serei a primeira a contar para todos na empresa.

O telefone toca e atendo de imediato, provavelmente é a Amy com a resposta.

- Oi Amy.

- Emma, ele está na sala dele. – ela me avisa. – Devo anunciá-la?

- Eu irei lá. Obrigada, Amy.

Desligo mais uma vez, pego o meu celular e caminho até a porta da minha sala.

- Amy, como está a minha agenda? – pergunto a ela quando me aproximo da sua mesa.

Ela abre seu caderninho com uma estampa floral na capa e folheia as páginas nervosamente.

Amy é ótima, uma excelente pessoa e melhor ainda como profissional. Entrou na Indie como estagiária, hoje é minha secretária e meu braço esquerdo. Eu não posso dizer que ela é o direito, Reese me mataria com requintes de crueldade.

- Temos uma reunião com o marketing às 14:30 e às 16h reunião para fechar as pautas da edição de agosto. – ela diz rápido demais e inspira como se tivesse gastado todo o ar que estava em seus pulmões.

- Amy, respira. – dou um sorriso amistoso a ela. – Você é ótima e está indo muito bem. Continue assim.

Ela assente com veemência e eu deixo sua mesa em direção ao grande salão da revista.

Já disse como isso aqui é o meu orgulho?

O segundo piso da Indie não tem paredes, são apenas as vidraças como janelas e um salão enorme com mesas de escritório pelos cantos.

Fiz questão de ser assim. Todos conseguem se ver. Sem muros, sem paredes e sem divisões. Somos amigos além de colegas de trabalho e isso é o que eu mais prezo como ambiente de trabalho para os meus colaboradores.

A minha esquerda tem uma cafeteria, tipo lanchonete. Com vitrine quente para os lanches e uma máquina de café expresso. Não tem ninguém para servir, quem quiser comer, entra e se serve.

No centro tem dois pilares com um balcão entre eles e dois computadores para uma consulta rápida. Para caso alguém estiver passando e precisar de uma pesquisa, assim não tem que voltar a sua mesa só para isso.

Perto da vidraça, nos cantos do salão, estão as mesas dos editores, redatores e jornalistas que faziam a Indie acontecer todos os dias.

- Bom dia, Lucca. – cumprimento um dos meus editores quando passo em sua mesa.

- Bom dia, Emma. – me devolve cortês.

- Cintia, como está o seu bebê? – pergunto a outra editora, na mesa ao lado do Lucca.

Nos teus olhos  - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora