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Leonardo é daquele tipo de homem que deveria vir com uma placa vermelha com grandes letras brancas : CAFAJESTE. Uma espécie de alerta para todas as mulheres que tivessem o azar de cruzar com ele.
Talvez eu já devesse desconfiar daquele sorriso...
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CAPÍTULO 8
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Jussara não esconde o descontentamento ao me ver e bate a porta da casa.
— A gente tem visita. — Sua mãe fala animada.
— É mãe, eu tô vendo.
A diferença de altura entre as duas é gritante, ainda mais com o sapato de salto que ela está usando.
— Como foi a busca por emprego? — Dona Iara cerca a filha e vez ou outra olha em minha direção.
— Não quero falar disso agora.-- Retruca e se apoia no batente da porta. Jussara dobra a perna esquerda de modo que sua mão consiga alcançar o salto, ela se livra do primeiro sapato e solta um suspiro de alívio. Então me encara, os olhos negros cravam nos meus e ela me interroga com rispidez.
— O que cê tá fazendo aqui, de novo?
— Jussara — Dona Iara arregala os olhos ao ver o tom da filha. — Cê desculpa minha filha doutô, a Jussara não é sempre grossa. Essa nem parece a educação que eu dei pra ela. — Ela fuzila a filha mas seu olhar logo se suaviza quando seu olhar para em mim.
— O Doutor — Ela enche a boca para falar e dessa vez pronuncia bem o erre final. — Veio até aqui por causa do Julian. Ele precisava que ele assinasse umas coisas.
— Entregar papel? Além de doutor é motoboy? — Jussara debocha e tira o segundo calçado.
Dona Iara coloca a mão na própria testa não acreditando no modo com a filha está me destratando.
— Jussara pelo amor de São Jorge, cê acordou com os cascos tinindo hoje. — Reclama .
— Ué e eu tô mentindo? De todos aqueles advogados que defenderam o Julian, quantos a senhora lembra de terem vindo até aqui trazer papel pra assinar? Ah... e aliás... — ela caminha para a cozinha e se serve de um copo de água da torneira. Jussara apoia o quadril na pia e continua — Não tô vendo Julian nem papel nenhum. Então explica doutor. O que o senhor tá fazendo aqui de novo?
