Cap 7

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O clima tenso que pairava pela casa, aumentou quando Alan entrou desesperado, com uma expressão assustada, com as palavras sendo atropeladas pelo choro.

Patrick se aproximou, colocando as mãos no ombro do amigo, tentando fazê-lo respirar.

-Ei, ei! Alan! Cara, respira! –

-Martina... A Martina ta morta...-

Por uma fração de segundos o silêncio pairou sobre o local, até que o único som, foi o do copo que Camila tinha nas mãos, se quebrando no chão da sala.

-Encontramos ela enforcada, Martina se matou. – De repente, o único som escutado, era o choro de todos ali.

Demorou uns minutos até Paola e Peter voltarem, trazendo consigo o corpo sem vida da garota.

Eles não faziam ideia de quanto tempo haviam ficado ali, abraçando uns aos outros, enquanto choravam, sendo Peter o único a ficar de fora, tanto por não ser próximo a Martina, quanto por Alan estar agora sendo consolado por Patrick.

Enquanto afagava os cabelos de Alan, Patrick pode sentir o olhar frio de Peter em si, ele não se importou. Está feliz em ser o porto seguro de Alan naquele momento.

-Alguém sabia que ela... –Rivers perguntou, secando as lágrimas.

-Acredito que nenhum de nós aqui se quer desconfiaria. – Olivia respondeu, respirando pesadamente. – Precisamos ir embora, vamos nos arrumar e ir sair daqui ainda hoje.

Apesar da escuridão lá fora, eles não podiam se dar ao luxo de esperar até o dia seguinte, quando a melhor amiga deles estava fria no sofá da sala. Precisavam sair o mais rápido possível de lá.

Enquanto arrumavam seus pertences, Patrick deu falta de algo, ele mexeu em seus bolsos e em seguida desceu para o andar debaixo e procurou pela estante e subiu novamente até um dos quartos.

-Olivia, você pegou as chaves do barco? –

-Não! Patrick, você perdeu as chaves? – Olivia largou o que estava fazendo, levemente irritada.

-Não! Eu deixei na estante! Você me viu colocando lá! – Patrick respondeu e Olivia concordou com a cabeça, colocando as mãos no rosto logo em seguida.

-Vamos Patrick, eu te ajudo a procurar. –Rivers saiu do quarto, acompanhada do garoto.

Após uma procura por cada cantinho da casa, Rivers e Patrick estavam entrando em desespero.

-Talvez tenha perdido quando fomos fazer a trilha até a praia. –Peter sugeriu, recebendo olhares desconfiados de Patrick.

-Eu não estava com chaves quando saímos. –

-Bom, quem sabe você esqueceu, não é? A questão, era que as chaves eram sua responsabilidade, não? –

Aquelas acusações fizeram o sangue de Patrick ferver, ele avançaria em Peter se Rivers não tivesse o segurado a tempo.

-Patrick! Vem, vamos procurar lá fora, talvez um de nós pode ter acidentalmente varrido ou algo assim. – A garota o puxou para fora do chalé, onde Patrick caminhava de um lado para o outro, frustrado.

-Eu não perdi essas malditas chaves, Rivers! Eu coloquei elas na estante, e ninguém as tiraria de lá! –

-Eu acredito em você... E eu não confio no Peter. –

-Ha, nem eu! Nem eu, Rivers...- Patrick concordou com a amiga. – E o Alan tá caidinho nele. Chega me dar nojo.

-Nojo, ou ciúmes? Você gosta do Alan, não gosta, Patrick? –

Patrick deu um sorriso fraco, concordando.

Tanto eles, quanto os outros da casa, procuraram novamente pelas chaves, e quando não a encontraram, eles ficaram com menos opções ainda.

A única alternativa que lhes restava era esperar até que os pais de Olivia dessem falta da filha e fossem buscá-los, o problema, era que essa estadia deveria durar quatro dias. Eles chegaram na quinta-feira, e só voltariam no domingo, e aquela ainda era a noite de sexta.

Apesar de muita discussão sobre o que fazer em relação a Martina, eles chegaram a decisão que o melhor a fazer, era enterrar a garota ali mesmo. Claro que nenhum deles estava animado com aquilo, e nem com nada que estava acontecendo ali, mas que outra escolha eles tinham?

Com algumas velas, lanternas e flores colhidas no jardim da casa, após Peter e Patrick cavarem um buraco, o grupo enterrou e velou a amiga na floresta, em um local onde de acordo com Paola, era o mais bonito dali.

Algumas palavras bonitas foram ditas pelos amigos, e depois do que pareceu durar horas, eles decidiram voltar, mas antes, Rivers sentiu que precisava conferir algo.

-Alan, onde vocês encontraram ela? –

-Uh...  uns 10 metros pra lá, eu acho, por que? –Alan respondeu, e Peter olhou desconfiado para a garota.

-Eu apenas preciso ver uma coisa. Patrick, vem comigo? –

Patrick assentiu, e juntamente de Rivers, eles usaram as lanternas para chegar até a árvore, onde a corda ainda estava pendurada.

-Aqui está... –Rivers iluminou a árvore, olhando para ela de cima abaixo.

-Qual o problema, Rivers? –

-Patrick, por acaso você viu a Martina saindo de casa com uma corda? –

-Bom, não. –

-E você tá vendo o tamanho disso? Mart jamais subiria nisso, não sem a ajuda de alguém. –

A boca de Patrick formou um “O” quando ele percebeu as mesmas coisas que Rivers.

-Alguém a matou. – Ele disse, e em como uma telepatia, eles disseram juntos.

“Peter”.

Por mais que a vontade de Patrick fosse de arrebentar a cara de Peter, infelizmente eles não podiam fazer nada, não sem provas o suficiente contra o “intruso”.

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