Cap 8

0 0 0
                                    

A manhã chegou fria. Paola que teve dificuldades para cair no sono, desejava que tudo aquilo tivesse sido um terrível pesadelo, e que logo sentiria o cheiro do café da manhã sendo preparado no andar debaixo por Martina.

Ela se sentia culpada, sentia a culpa e o peso de ter causado a morte da amiga. Paola não conseguiu sair da cama.

A ficha sobre a morte da garota parecia ainda não ter caído totalmente, todos estavam apáticos, sentindo como se algo tivesse faltando.

As horas foram passando, e eles sentiam como se mal tivessem se movido, parados na mesma posição, parados no tempo, trocando curtas palavras.

-Eu preciso tomar um ar... – Olivia saiu da casa, indo para floresta. A garota precisava de um tempo para si, e todos ali sabiam disso.

Tudo ali estava estranho, diferente. Exceto por Peter, que parecia completamente indiferente em relação a tudo o que acontecia ao seu redor, o que certamente não passou despercebido por Rivers e Patrick, causando uma irritação enorme nesse último.

-Algo errado com meu rosto, Patrick. –Peter perguntou arqueando a sobrancelha. –Não para de me encarar.

-Você tá bem tranquilo, não é? Com tudo isso? – Rivers segurou a mão do amigo, sabendo que ele estava prestes a se alterar.

-Lamento pela morte de Martina, mas eu não a conhecia como vocês. Desculpe por não estar em prantos. –

-Você tem algo a ver com isso, eu sei que tem! –

Aquela acusação surpreendeu Alan e Peter, mais Alan do que Peter.

-Patrick? Que porra você tá falando? –Alan perguntou indignado. 

-A morte da Martina ta muito estranha! E eu sei que esse filho da puta tem algo com isso! –

Peter se aproximou de Patrick, rindo sarcasticamente.

-Eu tenho, Patrick? Ou será que seu problema comigo é pelo fato do Alan preferir a mim e não você? – Peter notou a óbvia raiva de Patrick e tiraria mais disso. –Aceite, sempre vai ter alguém melhor do que você na sua frente. Me acusa sem provas, mas foi você quem perdeu as chaves do barco, deixando todos presos aqui.

Sem ter chances de pensar melhor, Patrick acertou o rosto de Peter com um soco, o fazendo cambalear para trás, e antes que pudesse acertar o segundo, Alan se colocou na frente.

-PATRICK? QUAL SEU PROBLEMA? – Alan empurrou o outro, que apertava os punhos.

-ESSE IDIOTA FICA ME PROVOCANDO! –

-VOCÊ COMEÇOU COM ISSO! –

A discussão fora interrompida por um grito alto e doloroso vindo da floresta.

-Olivia?! -  Patrick correu porta a fora, em direção ao gritos de socorro da amiga.

-OLIVIA?! OLIVIA!-Patrick chamou pela garota enquanto caminhava escutando a voz chorosa dela.- LIV?!

-Patrick! Me ajuda! – Olivia foi encontrada com o pé preso em uma armadilha de urso.

Patrick quase vomitou ao ver a quantidade de sangue que escorria da perna da amiga, que por sorte não havia atingido em cheio no seu calcanhar. Ele abriu a armadilha, usando toda força que tinha, em seguida, usou um pedaço de sua camisa para amarrar e estancar o sangue.

-Que bom que está aqui, Patrick! – Ele a ajudou a se levantar, se apoiando em seu ombro.

-Como caralhos isso veio parar aqui? Caminhamos aqui ontem! –

-Eu não sei... E isso não é daqui. Meu pai jamais colocaria algo assim aqui! –

-Que estranho, não? –Patrick murmurou e Olivia gemeu de dor.

-Consegue andar, Liv? –Ele perguntou e a garota negou com a cabeça, choramingando.

Patrick a ajudou a subir em suas costas, caminhando em direção a casa. Tudo ia bem, até ouvirem intensos barulhos de passos.

-Tem alguém aí? –Patrick pediu, olhando ao redor- Pessoal? 

-Patrick... Tem alguém aqui. – 

Blood CampOnde histórias criam vida. Descubra agora