Aquele acidente

911 qual é a sua emergência ?

Chego em casa depois de um longo dia de trabalho, e que dia ! Caramba! Tive que correr três quarteirões inteiros atrás de um cara e por pouco ele não escapou.
Só queria chegar em casa e encontrar minha ruiva! Sentir aquele cheiro doce de seu perfume e aquele toque macio.
- amor! Cheguei - falei mas não ouve resposta - amor! - gritei, talvez ela tivesse no banheiro
Resolvi subir para nosso quarto, afinal tinha que tomar banho. A porta estava entreaberta, achei que ela estivesse dormindo, mas não estava. Quando eu entrei não encontrei ninguém na cama então coloquei minha mochila no meu canto do quarto e comecei a tirar minha roupa. Talvez ela esteja no banho - pensei.
Tirei uma parte de minha roupa e agora estava só de calça e resolvi ir em direção ao banheiro.

Como eu queria que isso fosse um sonho, que eu estivesse tendo um pesadelo e que daqui a pouco eu acordaria todo suado, tremendo e a Nat estaria ao meu lado falando que tudo não tinha passado de um pesadelo. Eu sabia que não era pesadelo, pois a sensação era de verdade.
- Nat, Nat, acorda - coloquei sua cabeça em meu colo
Nem pensei duas vezes, tudo estava acontecendo tão rápido, peguei meu celular e liguei
- 911 qual é sua emergência ?
- minha namorada. Ela..ela
- senhor, eu preciso que se acalme
- minha namorada, eu acho que ela está tendo uma overdoses
- senhor, qual é a localização de vocês
- a gente mora na ....
- okay senhor, já enviamos uma ambulância para sua casa ela deve estar chegando em cinco minutos
Cinco minutos, cinco minutos podem mudar tudo. Tento não pensar nisso, mas por quê? Ela estava indo tão bem, estava crescendo de novo, seu brilho estava quase intacto.
Coloco minha mão em cima de seu punho, me certifico que seu coração ainda bate. O pulso estava fraco, ainda existia, mas fraco.
Eu não podia perder ela agora.
Quando eu achava que nada podia piorar seu corpo começa a balançar. De início eu fiquei feliz, tive uma leve esperança de que ela estivesse acordando, mas aí ela começou a balançar de uma forma extremamente violenta. Era uma convulsão.
Estava ficando desesperando, era incrível, depois de fazer faculdade, treinar e trabalhar para ajudar pessoas eu não consegui fazer nada naquele momento para ajudar alguém que precisava.
Para minha sorte a ambulância chegou bem na hora. Levaram ela para a maca e depois direto para a ambulância
- senhor, eu preciso que fique aqui
- mas ela é minha namorada
- senhor, saia ou serei obrigada a chamar os seguranças
Mesmo contra minha vontade saio da sala onde Natasha estava sendo posta. A esse ponto, mesmo sem perceber, eu chorava. Pensei em ligar para minha mãe, mas ela já deveria estar dormindo, então decido ligar para a Wanda, já que a mais de quatro meses essa duas tinham voltado a ser inseparáveis.
- Maximoff
- Wanda, sou eu, Steve
- Steve, são quase meia noite! Aconteceu alguma coisa ? - falava sonolenta
Enquanto falava com ela conseguia ouvir os médicos falando: " rasguem a roupa, calibre para 220, afastar... nada, tentem de novo.."
- Wanda, a Nat...ela... - as palavras morreram na minha boca
- Steve, o que aconteceu ? - falou com voz chorosa
- estamos no hospital, no central
" temos pulso, fraco, mas temos. Vamos ter que entubar"
- já estou indo - antes dela desligar consegui ouvir ela falando " bucky, amor, acometeu alguma coisa com a Nat"
Depois de quase uma hora o médico apareceu
- senhor, sua namorada está em um estado muito grave. Desde que chegou aqui teve cinco crises convulsivas e seis batimentos cardíacos pararam por alguns instantes. Agora ela está entubada e desacordada, provavelmente amanhã durante o dia ela irá acordar.
- então ela está bem? Quer dizer, estável
- não senhor Rogers, a droga ainda não foi liberada de seu corpo, então ela pode ter uma recaída a qualquer minuto, mas estamos aqui para ajudá-la - enquanto ele falava e abaixei minha cabeça e comecei a chorar
- posso vê-la? - levantei singelamente a cabeça
- sinto muito senhor, mas no momento não é muito aconselhado - voltei a chorar
- desculpe-me, mas agora tenho que dar uma olhada em outros pacientes - apenas balancei a cabeça
Por que ela fez isso? Ela estava tão bem! Estava mais aberta, falava o que sentia, ia em todas as consultas. O que pode ter acontecido para ela ter ficado assim ? - sai dos meus pensamentos quando senti um leve toque em minhas costas
- oi - Wanda falou com lágrimas nos olhos
- oi - respondi
- sinto muito cara - Bucky falou vindo me abraçar e eu não tinha mais força para responder
- foi minha culpa? - Wanda depois de alguns minutos em silêncio resolveu se pronunciar
- sinceramente, eu não sei. Vocês aparentemente estavam tão bem! Alguma outra coisa deve ter acontecido - falei em meio de lágrimas
Ficamos ali mais alguns minutos. Wanda chorava no ombro de Bucky, enquanto ele parecia ter sido anestesiado, olhava fixamente para a parede e de vez em quando lágrimas caiam de seu rosto e eu, bem, eu existia. Tudo estava assim até que ouvimos uma sirene vindo do quarto de Natasha
- código azul - uma enfermeira gritou
E nessa hora meu sangue gelou