Prólogo

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Era um local escuro e as grandes árvores em volta não ajudavam muito, bloqueando ainda mais a entrada de luz naquela floresta, que mais parecia cena de filme, estilo “floresta maldita”. Porque o clima ali era sinistro, além da escuridão sem fim, o frio era de matar, acho que nem o Sid aquentaria, e o olha que ele é da era do gelo. Por onde olhava eu via mato, tronco e mais mato.

‘mas gente, como é que vim parar aqui? Eu juro que estava de boa no meu quarto lendo um pouco de as Crônicas de Nárnia, contando quanto faltava para o próximo capítulo, e ai... estou aqui nessa...’

Um barulho me tira dos meus pensamentos, olho a procura de onde veio esse som, mas não consigo ver nada além de mato, terra, já falei mato? Porque menina se eu fosse uma vaca isso aqui seria tipo a Disneylândia, disneyvaca? Disneygadolândia? Ai meu Deus no que eu estou pensando, é que quando eu fico nervosa ou com medo, ou quase sempre para ser sincera, eu começo a pensar em um monte de merda, tipo agora.

O barulho voltou, e agora parece mais perto, será que é algum bicho? Tomara que ele seja vegano, porque eu comi um pouco a mais esse fim de semana e se ele gostar de carne vai encontrar umas gordurinhas suculentas.

Ahhhhh -dou um grito ao pisar em um galho, fazendo um barulho danado- Avemary que susto, gente eu sou cardíaca -mentira, mas depois dessa vou fazer até um exame

Um arrepio passa pelo meu corpo e quando olho para o lado eu vejo algo que me deixa paralisada, são duas bolas laranjas, eu acho que são olhos, os olhos mais horripilantes que eu já vi, percebo que meu corpo começa a tremer de medo. Não consigo me mover, é como se eu estivesse em um tipo de hipnose, sei lá. Os olhos se aproximam dando forma a uma figura e adivinhem (não, não é o Pyong), é um lobo, mas não aqueles lobos bonitos, mas sim uma besta feia com uma cicatriz enorme, que vai da orelha direta até o focinho.

E quando eu penso que que não pode ficar pior, o lobo/besta solta um uivo que faz tremer até o meu dente siso, e olha que já foi arrancado faz tempo. E quando ele começa a vir na minha direção, minha pernas voltam a vida e eu começo a correr como uma condenada, e pra uma adolescente sedentária isso não é muita coisa comparada a quem está atrás de mim, até porque eu perco a corrida para meu bulldog e olha que ele é o próprio sinônimo do sedentarismo.

As arvores passam cada vez mais rápido pela minha cabeça e eu não ouso olhar para trás, mas sei que ele está quase me alcançando, tudo acontece muito rápido e quando menos espero vejo uma sombra pular em cima de mim, me jogando com tudo no chão. Fecho os olhos com a força do impacto. Mas quando os abro de novo não tem mais floresta, nem lobos, nem aquelas esferas laranjas aterrorizantes, e no seu lugar eu encontro meu quarto e um par de olhos azuis me encarando, percebo que se trata do diabrete da família.

Quando consigo me recuperar da minha quase morte, percebo que foi apenas um sonho, bem louco, mas um sonho.

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