Capítulo 3

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Termino de pagar o Uber depois dele me ajudar a tirar minha coisas da mala, estou em frente a uma casa pequena comparada a dos Ribeiro, mas parece ser bem aconchegante, espero que essa Fernanda seja gente boa. Olho para o naldo que está ao meu lado na coleira.

-Iai meu gorducho, gostou da casa? -ele me encara balançando o rabo- acho que isso é um sim, se tudo der certo essa vai ser sua nova casa.

Tento juntar tudo para caminhar até a porta, mas é quase impossível só tenho dois braços afinal. E quando estou quase desistido olho para frente encontrando uma mulher alta, mais nova que a dona Elena, deve ter os seus 40 e poucos anos, ela está me encarando com um olhar divertido.

-Precisa de ajuda florzinha? -ela pergunta segurando o riso- qual o seu nome? -sem esperar minha resposta ela pega uma das minhas malas e a sacola do naldo.

-Ana Júlia -falo desconfiada- ér... e a senhora quem é? -ela sorri antes de responder.

-Prazer Fernanda.
.

. .

Já se passaram duas horas que estou na casa da Fernanda, estamos conversando e tomando um chá, descobri que Fernanda é uma das mulheres mais divertidas que já conheci.

-Stanford? Uau isso é incrível, você deve ser muito inteligente -ela fala de olhos arregalados- na minha época de escola eu era a bonita, não a inteligente -eu não consigo segurar a risada- Ai as pessoas chegavam e falavam “mas Fê, o que você vai fazer da vida?”.

-E o que você respondia?

-Ah eu falava que ia vender minhas artes na praia -ela fala como se não fosse nada.

-Meu Deus Fernanda você é louca -falo dando risada.

-Louca não querida, eu sou realista -ela fala séria.

-Ta bom miss realidade, agora Fê, eu posso te pedir um favorzinho? -peço um pouco envergonhada.

-Claro florzinha, o que eu puder fazer pela menina da Eleninha -ela fala me fazendo sorrir pelo que disse.

-Bom é que eu tenho entrar no site da universidade para ver as coisas da matrícula e do dormitório.

Claro querida vou pegar o notebook, já volto -ela se levanta e some de vista, quando volta está com um computador branco na mão.

-Aqui é todo seu, quer ajuda?

-Se você quiser me ajudar a escolher o dormitório e essas coisas, eu adoraria -falo e ela se senta do meu lado.

Ligo o computador e entro no portal da universidade, vou cursar design, já falei? Acho que não, enfim, depois de acertar toda a documentação e montar minha grade, só falta escolher meu dormitório.

-Ok, temos Scarlet Boumer ou Alexa Smith, qual você acha que eu escolho? -falo me referindo as colegas de quarto disponíveis.

-Olha vou ser sincera, nunca conheci uma Scarlet que não seja quenga -ela fala me fazendo gargalhar, acho que nunca ri tanto na minha vida- é sério, olha eu tinha uma vizinha Scarlet, agrh, garota insuportável, é sério.

-Tá bom, então vai ser Alexa, só espero que ela seja legal.

-Qualquer coisa você a joga da janela -escolho meu dormitório rindo das loucuras da Fernanda.

É isso Ana, seu futuro começa aqui. Ai que emoção!
. . .

-Ai eu sei que nos conhecemos a uma semana, mas eu vou sentir saudades.

-Eu também Fê -falo tentando respirar através do abraço esmagador que ela me dar.

Essa última semana que eu passei na casa da Fernanda foi a melhor da minha vida, a sensação de se sentir bem e querida em um lugar e por alguém além da dona Elena, é incrível.

-Promete que vai manter contato?

-É claro que vou, como acha que vou falar com o meu bebê -falo só do naldo de proposito e ela me lança um olhar indignado.

-Então quer dizer que você só vai ligar para mim por causa do naldo?

-É claro que não sua boba, eu estava brincando -falo rindo do drama dela.

-Acho bom -ela diz e me entrega uma caixa que estava com ela desde que a gente saiu de casa, já estava quase perguntando o que era, o que foi? Sou curiosa- aqui isso é pra você, um presente por ter passado em uma das melhores universidades do mundo e por ser essa garota incrível que você é.

-Ah Fê, não precisava, te conhecer já foi meu maior presente -falo com sinceridade, nunca vou me esquecer do que essa mulher que nem me conhecia fez por mim, enquanto outros só se preocupavam em me desprezar- mas eu não tenho nada para você.

Como não? -a olho sem entender- eu ganhei uma amiga e um cachorrinho muito fofo -eu sorrio.

-Obrigada por tudo, de verdade -falo um pouco emocionada, acho que estou perto daqueles dias, pareço uma manteiga derretida.

-Não precisa agradecer, foi um prazer ter sua companhia, mesmo que por pouco tempo -quando ouvimos o chamado para o meu voo, ela me dá outro abraço- deixe para abrir quando chegar no seu dormitório e cuidado é frágil.

-E o que é? -pergunto testando o peso da embalagem, não é roupa.

-Quando chegar lá você vai saber -fala como se fosse obvio, faço um biquinho, que mulher má, não se faz isso com quem sofre de ansiedade- agora vá antes que perca o avião.

-Está bem, tchau Fê -damos um último abraço- cuida bem do meu filho.

-Pode deixar florzinha, boa viajem! -ela acena para mim quando estou indo para o embarque.

Depois de guardar a bagagem de mão e me acomodar no acento, pego o presente da Fê, porque, bem pra que deixar pra depois o que você pode fazer agora e matar sua curiosidade junto, tá acho que esse não é exatamente o ditado, mas quem liga? Eu não. Abro a embalagem e...

-EU. NÃO. ACREDITO. -falo um pouco alto chamando a atenção de algumas pessoas, mas tô nem ai- a Fernanda me deu um notebook? -é o notebook que ela me emprestou na casa dela para eu usar, não ligo se é usado eu nunca tive um, esse é o melhor presente que já ganhei- obrigada Fê sua louca -falo baixinho.

Encosto no banco e olho pela janela, faculdade e vida nova, aqui vou eu!

Tomara que eles tenham um seguro porque eu vou colocar fogo nessa bagaça.
 





 
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Oi gente, eu espero que estejam gostando do livro, esse capítulo foi um pouco mais curto, sorry.  

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Beijos!

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