Capítulo 4

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P.O.V. Logan

Já faz mais de 4 horas que estou dentro dessa lata de metal, mas infelizmente não tenho escolha, precisava trazer o Rafael comigo. Tenho 337 anos, e muitas coisas mudaram de lá para cá, estou sempre me atualizando das novidades inventadas pelos humanos, mais carros não foram feitos pra mim. Eu odeio andar de carro, prefiro mil vezes a liberdade que a minha moto me dá, veja bem sou um lobo e por natureza não gosto de lugares fechados, ou seja, andar de carro é horrível, mas o Rafael da um jeito de ficar pior.

-Será que você não cala a boca nunca? -pergunto já irritado com sua ladainha.

-Se você fosse menos chato e mais sociável poderíamos estar tendo um tempo agradável juntos -ele fala irônico me deixando mais estressado ainda.

-Vamos ver se você vai achar agradável quando eu te colocar para viajar no capô do carro -ele bufa, mas pelo menos cala a boca.

Ele sabe que eu não estou brincado, estou estressado o suficiente para descontar em qualquer um, amigo ou não. Acontece que por mais que tente ser firme, estou começando a perder as esperanças de encontrar minha companheira, no meu primeiro século de vida eu não ligava muito, era jovem e queria viver a vida e me divertir não com uma, mas sim com várias. Eu sei que isso parece superficial, e realmente era, mas só agora percebo, a verdade é que já era para ter a encontrado. Quando me tornei alfa supremo sem uma companheira, muitos estranharam, mas nenhum teve coragem suficiente para comentar nada. Só que já passou muito tempo e eu preciso encontra-la logo, meu lobo está sofrendo, e eu também.

-Chegamos -Rafael avisa me tirando dos meus pensamentos.

Olho pela janela encontrando uma pequena cabana, rodeada por uma horta das mais diversas plantas e flores. Viajei quatorze horas de jatinho e mais quatro horas de carro, isso tudo só para me encontrar com umas das melhores bruxas rastreadoras, Bridget Deshayes, ela talvez seja a minha última chance de encontrá-la, só espero que tudo isso não tenha sido em vão.

-Vamos logo, não aguento mais ficar dentro dessa porcaria -falo apressado para sair desse carro e para resolver logo meus problemas.

-Como ousa insultar o meu bebê? -ele me pergunta com um olhar indignado- pois da próxima vez você vai correndo.

-Cala a boca.

. . .

-E então? -Pergunto já sem paciência, essa mulher acha que sou desocupado, só pode.

Já estou aqui parado na sala dessa mulher a três hora e meia, não aguento mais esperar ela ficar encarando aquelas linhas e murmurar umas palavras estranhas. Eu só quero encontrar a minha mulher, por que é tão difícil? Quando estou preste a perder o controle ela abre os olhos.

-Achei -ela fala e meu coração erra uma batida, será que finalmente irei encontrá-la?

-Onde? -eu e o Rafael, que estava esse tempo todo largado no sofá, perguntamos ao mesmo tempo- ela está muito longe? -pergunto ansioso- não importa irei até o inferno se for preciso para encontra-la -digo decidido, por que é verdade, eu preciso dela, nós precisamos.

-Você tem como contatar ela? -Rafael pergunta, me deixando feliz com a possibilidade, poxa eu nem consigo acreditar que a encontrei.

-Não -ela responde me desanimando um pouco, mas isso não importa em breve a terei em meus braços- assim como não tenho a localização exata dela.

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