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- Então agora sabe o quanto tudo isso é um erro. – Sherlock esperava que o novo amigo compartilhasse seu ponto de vista.

- Erro? – John não compreendia como Sherlock poderia achar aquilo errado. – A única coisa que vejo é alguém que tentou ajudar quem se ama a se curar.

- Se curar? Eu nunca consegui resolver o caso da morte dos pais dela porque eu estava envolvido demais e foi nesse momento que eu soube que ela atrapalhava minha objetividade e mesmo depois de todos esses anos, nada mudou, e ela continua sendo um problema. – Sherlock, mesmo que inconscientemente, tenta se convencer daquilo.

- Você a ama, Sherlock. – John apenas queria que ele aceitasse essa verdade e parasse de fazer de sua vida e a de Amy uma miséria. – Por isso ela mexe com os seus sentimentos, isso é uma reação normal do ser humano.

- Esse amor não me trouxe nada de bom e por isso decidi me desfazer dele anos atrás. – Sherlock estava transtornado. Dentro de si havia uma briga de titãs entre a razão e o coração. – Eu preciso estar inteiro para fazer o meu trabalho e não posso me deixar levar por sentimentos vazios de uma mulher sozinha e desesperada por atenção.

- Sherlock, você sabe que isso não é verdade. – Tentou mudar mostrar a verdade para o amigo e sabia que ele se arrependeria. – Pare de inventar desculpas para justificar esse absurdo. Você a ama e sabe disso.

- Foi tudo apenas uma distração, John, reencontrá-la serviu para um propósito: eu precisava de algo para me entorpecer e ela precisava recordar o passado, foi uma troca de favores, simples assim. – Ele repetia a mentira, porque queria acreditar nela.

- Sherlock, cale a boca. – Chamou a atenção do amigo.

- Por que? Me deixe terminar e, talvez, você entende, de uma vez por todas, que eu não a amo. Assumo, Amelia foi alguém muito importante na minha vida anos atrás, mas ela também me trouxe muita frustração e, como a vida é feita de escolhas, decidi que ela não vale tudo isso.

- Sherlock, eu aconselho que você se cale agora. – John pediu uma última vez.

- Não, John, o deixe terminar. – Ela disse parada na porta, pegando Sherlock de surpresa. Ele estava de costas para entrada e tão envolvido com o que falava que não viu, ou ouvi, ela chegar.

- Anne. – Sherlock engoliu a seco.

- Me lembro de te dizer para nunca mais me chamar assim. – O corrigiu friamente. – Bom dia, John. – Sorrindo, cumprimentou o outro homem.

- O que a traz aqui? – John tentou amenizar os ânimos.

- Lestrade pediu que eu viesse. – Havia má vontade sem sua voz, ela não queria estar ali, principalmente depois de tudo que ouvira. O choro estava preso em sua garganta, sendo engolido pela raiva.

- Por que ter o trabalho de vir aqui pessoalmente? Bastava ligar. – Sherlock a questionou.

- Houve uma explosão do outro lado da rua e as linhas estão todas ocupadas. – Ela respondeu, falando óbvio, mas, para Sherlock, o óbvio era relativo.

- Fazendo um favor para o Lestrade? Não trabalha mais para ele. – Desdenhou. – É para isso que o Serviço Secreto te paga?

- Mr. Holmes, o que faz parte das funções do meu cargo, não te dizem respeito. – Dando de ombros, ela saiu do apartamento e esperou que os homens a seguissem. Ela exalava desdém e indiferença e John sentia pena de Sherlock. Não havia mais volta, não depois de tudo que ele havia dito, que, por mais que não fossem verdades, não deveriam ter sido ditas.

Amy's fate - SHERLOCK HOLMES FANFIC PORTOnde histórias criam vida. Descubra agora