1 mês depois
Ao sair da escola numa quinta feira, Sophie percebe que há uma chamada da clinica ginecologia onde esteve. preocupada que algo estivesse errado com sua amiga ela retorna a ligação imediatamente, o que a deixa apenas mais preocupada, pois eles dizem que precisam que ela vá a clinica para conversar pessoalmente.
No outro dia ,no intervalo entre a escola e o Grill, Sophie vai a clinica.
- Senhorita Sophia, ocorreu um erro durante a sua consulta.Havia outra paciente chamada Sophia no mesmo horário. Ela estava aqui para fazer uma inseminação e os nomes de vocês foram trocados. a senhora foi inseminada por engano.
Sophie tinha certeza que tudo não passava de alguma pegadinha daqueles programas ridículos mas decidiu entrar na onda.
-Oh meu Deus antão significa que eu estou grávida do marido da outra mulher que tem o nome igual ao meu?
- Na realidade outro erro foi cometido.A mostra do marido da outra Sophia foi trocada por uma amostra que era para ter sido descartada e por isso estava fora do armazenamento. Nosso estagiário imaginou que aquela fosse a certa, pois mais uma vez, os nomes eram iguais. Assim, precisamo fazer um teste para saber se a inseminação foi concluída.
-Ótimo! Vamos mijar no palitinho, passa pra cá.
Sophie estava levando tudo na brincadeira, mas decidiu fazer o exame pois sua menstruação estava atrasada 1 dia - mesmo que ela fosse sempre desregulada- se não fizesse aquela história impossível ficaria martelando em sua cabeça até que a menstruação descesse e não estava afim de sofrer até lá.
Depois de beber muita água e conseguir fazer xixi no palitinho, durante 3 minutos, ela, a médica, o cara de terno que fingia ser um advogado e um moço mais branco que papel encararam o palitinho mijado.Até que o moço começou a chorar e vomitou no pé do advogado que o xingou de todos os nomes possíveis. Nesse momento seu mundo parou ela já havia visto milhões de testes de gravidez, inclusive daquela marca, então sabia o que aquelas 2 listras significavam, e como ela manteve o palito a sua vista por todo momento e ela não havia transado a mais de 1 ano, aquela história toda era verdade.
Por 1 segundo a sala e todas aquelas pessoas sumiram. Ela estava grávida.De um desconhecido.Depois de ter lutado tanto tempo para realizar seu sonho.Num país onde ela só tinha uma australiana e um colombiano de amigos.Aquilo não podia ser verdade, mas ali estava, 2 listras que gritavam grávida aos olhos.Seu estomago se revirou quando o cheiro do vômito do estagiário a trouxe a relidade.
-Eu estou grávida. Ela disse a si mesma mais do que qualquer outra coisa-Eu...eu vou processá-los, como...como...como fizeram isso comigo.Sua voz não era mais que um sopro a dor no peito causada pela respiração ofegante nada recomendada a um pulmão mal funcional.
-Nós já esperavamos. Peço desculpa em nome de toda a Clinica Wowmen, seu processo será diretamente com o Senhor Jefersson que está aqui para garantir todos seus direitos.
O mundo ainda rodava quando ela se lembrou que crianças não são feitas sozinhas e qu eo semêm do marido da outra Sophia também havia sido trocado.
-Quem... quem é o pai, se o sêmem foi trocado, quem é o pai?
-Já o contatamos e assim que você decidir se irá levar a gestação para frente iremos organizar um encontro entre vocês.
-Decidir se levarei a frente a gestação? Você está louca, esse bebê não tem culpa de nada, eu prometi a mim mesma que nunca fara isso,independente da situação. Eu vou ter essa criança !
-Claro, não tive intenção de ofendê-la. Iremos conversar com o pai e organizaremos esse encontro.
Depois de uma hora inteira ouvindo o advogado inventar mil clausulas e garantir que depois de ter assinado a lista de presença a culpa não era apenas da clinica mas também dela e de sua desatenção,Sophie saiu andando pelas ruas de Washington. O vento gelado do começo do outono rasgava sua bochecha mas ela não se importava, as cores do pôr do sol guiava-na pelas avenidas enquanto ela se perdia em pensamentos e lágrimas escorriam.Ela estava grávida de um completo estranho por um erro absurdo de uma clínica em um país que não o seu, e a única coisa que pensava era que ela não poderia correr para os braços de sua mãe e chorar até adormecer. Que essa criança não teria uma bisavó para mima-lá.Que não poderia convidar sua irmã para ser madrinha.Que ela estava sozinha, vagando pelas ruas de washington com o vento congelando seu sangue, quando percebeu.Ela não estava sozinha.Nunca mais estaria sozinha.Aquela criança era o que Deus tinha lhe dado como desculpa por toda desgraça que enfrentou.Não importava mais a faculdade ou quantos turnos extras teria que trabalhar.Com a mão em seu ventre,acariciando uma barriga lisa que a fazia se sentir patética, Sophie voltou para seu apartamento após ligar para seu patrão e dizer que estava doente e foi assistir sua série preferida com seu bebe.
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Breath again
RomanceSophia é uma brasileira que se mudou para os Estados Unidos com 16 anos depois da trágica morte de sua familia em um incêndio. Tentando superar a dor da perda ela deixa pra traz seus avós paternos, seus amigos de infância e seu sonho de ser médica...