05 Trabalho

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Jin e Jimin já tinham ido embora, eu estava a caminho da praça pensando que deveria fazer alguns ajustes nas coisas em casa já que não tinha mais o gato para quebrar tudo, pois ele estava com uma pessoa que eu não queria que estivesse.

Cheguei na praça e lá encontrei a figura que não queria ver, Jungkook estava sentado em um banco junto a Daylee os dois estavam rindo, me aproximei e ele logo fechou a cara, Daylee sorriu para mim.

- Hey (S/n). - Ele levantou a mão e eu completei o high five. - Quando vou ter aquela revanche?

- Como se fosse surtir algum efeito, eu vou ganhar de novo. - Ri e ele me olhou com desdém.

- Só porque tem o Yoongi no seu time. Hansol joga muito mal.

- Quer trocar? Fica com o Yoongi na próxima, eu vou ganhar outra vez.

- Quer apostar? - Ergueu a sobrancelha.

- Como se eu tivesse muito dinheiro para isso. - Ele riu.

- Kwon chegou. - Ele citou ficando de pé. - Depois você fala sobre o basquete moleque.

Suspirei forte, olhando para Kwon que se aproximou e sorriu para nós.

- Bom galera, vamos começar. - Nós quatro estávamos em pé em uma espécie de círculo. - Querem se separar?

- Para procurar pistas? - Jungkook fez piada e Kwon se segurou para não rir.

- Para procurar animais mesmo. - Daylee respondeu. - Duplas seria melhor.

- Certo, eu vou com a (S/n) e vocês se arrastam para o outro lado. - Jungkook me puxou pelo braço com brutalidade e eu bati em seu braço.

- Nem vem! - Tentei, mas ele não me soltou. - Você é um acéfalo, me solta! Eu prefiro ir com o Kwon ou com o Daylee.

Olhei para trás e os dois já estavam juntos rindo e eu bufei seguindo junto com ele.

- Não é uma opção. - Ele disse já me soltando. - Estou odiando isso tanto quanto você.

- Então por que fez isso? - Cruzei os braços na frente dele e ele riu soprado.

- Porque eu não sei se você notou. - Pausou olhando para os meninos se afastando. - Daylee é meu amigo e ele gosta do Kwon. 

- Que?

- Vai dar uma de preconceituosa agora? - Ele me encarou de novo. - Ou deveria dizer preconceituoso?

- Não tenho preconceito nenhum! Só não sabia. 

- Não sabia do que? Do Daylee?

- Não, do Kwon.

- O Kwon? Ele costuma ser discreto, mas não tem vergonha. - Deu de ombros me encarando. 

- Ok, só vamos logo.

Seguimos lado a lado, andamos algumas ruas antes dele parar e eu andar mais algunlns passos antes de me virar e ver que ele ria me olhando.

- O que foi garoto?

- Até seu jeito de andar é igual a de um garoto. - O olhei irritada antes de seguir andando. Ele logo parou do meu lado de novo. E eu não resisti em perguntar.

- Como está o Kiper? - Ele me olhou meio surpreso de eu mudar de assunto, mas eu nunca continuei qualquer guerrinha que ele começasse, não queria dar corda para a sua brincadeira idiota.

- Ele está em casa, ele come demais. - Ele parou e eu parei também, vendo que ele estava olhando para um beco ao seu lado e no final dele ficava a rua do outro lado. - Vamos por aqui.

- Por que? - Ele apenas revirou os olhos e entrou no beco e eu o segui.

Quando estávamos no meio do beco ele parou de novo mexendo em algumas caixas e logo encontrando uma gata com alguns filhotes.

- Como sabia? - Eu me abaixei ao seu lado e ele fez um leve carinho na gata.

- As pessoas normalmente deixam animais em becos. - Ele deu de ombros tirando uma das alças da mochila que carregava. - Vamos por eles aqui e você leva ela no colo. 

- Por que você dá as ordens? - Ele me encarou trancando o maxilar.

- Por que vamos passar as próximas horas juntos e se eu pelo menos conseguir fazer isso ser tolerável com você já é o bastante.

- Não pensou nisso nos últimos dois anos. - Devolvi no mesmo tom de voz.

- Por que você é assim? - Me olhou bravo e eu fiquei confusa. - Esqueça, só pega a gata.

Ele pegou os filhotes um por um colocando dentro da mochila e só depois disso eu peguei a mãe.

- Vai machucá-los. - Falei triste. 

- Não vai, já fiz isso antes. - Ele colocou a mochila para frente ainda aberta para deixá-los respirar e eu fiquei o olhando com medo dele machucar os filhotes. - Quer trocar já que está tão assustada? - Concordei com a cabeça e nós trocamos, eu pendurei a mochila em minha frente e ele pegou a gata. Olhei para dentro da mochila, estavam todos deitados no fundo da mochila que estava forrada com um pano fofinho.

Começamos a andar para o centro de adoção e eu olhava para dentro da mochila toda a hora para ter certeza de que todos estavam bem.

- São tão pequenos. - Comentei em voz alta sorrindo olhando que eles ainda tinham dificuldades em abrir os olhos. - As pessoas não tem coração. - Meus pensamentos estavam saindo pela minha boca, mas acho que Jungkook não se importava.

- Eles machucam coisinhas tão pequenas, que não fazem mal a ninguém. - O olhei meio assustada vendo que ele fazia carinho na gata enquanto andávamos.

- Gosta de gatos?

- Se não gostasse acha que eu teria lutado tanto para ter o seu? - Perguntou como se fosse óbvio.

- Por que não foi no centro de adoção então? - Ele novamente trancou o maxilar e me olhou.

- Não te interessa. - Sério? Estávamos indo tão bem. 

O dia se passou assim, levando animais até o abrigo de adoção e voltando para a rua, as vezes trocamos mensagens para saber como Kwon e Daylee se saíam, mas no geral Jungkook estava mais calado, menos implicante e muito fofo com qualquer bichinho.

- Podemos parar para comer? - Perguntei quando passamos em frente a uma cafeteria e ele me olhou com desdém. - Por favor, andamos por horas. - Meu estômago estava quase gritando por socorro.

Ele suspirou revirando os olhos.

- 10 minutos. - Ele disse e eu entrei na cafeteria, já estava começando a anoitecer.

Fui direto até o balcão vendo que tinha meu bolo preferido e pedi uma fatia, junto com um copo de suco. Comi feliz da vida e só depois me lembrei de Jungkook que ficou do lado de fora encostado na parede. Marrento.

Comi como um ser humano muito feliz, não me importei com Jungkook. Paguei e depois fui para fora, onde ele ainda mexia no celular e sorria para a tela.

- Vamos Jungkook? - Ele me olhou e veio até mim.

- Daylee se deu bem. - Falou enquanto andávamos ainda rindo.

- Sério? - Falei surpresa.

- Sim, eles marcaram até um encontro. - Riu de novo. - É um sortudo. - Ele continuou rindo de alguma coisa, quando do nada parou e me encarou novamente com o maxilar trancado. - Eles já foram para casa, deveríamos ir também. 

- Sim. Já escureceu. - Apontei para o céu. 

- Sim... - Ele continuou me encarando até rir. - Até nunca moleke. - Ele andou me deixando com cara de besta.

Estava demorando. É Jeon Jungkook, você não muda.

Coisa de Garoto - Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora