Doutor.

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[...]

O homem molha os lábios secos, passando a língua por estes. Jeongguk sente a respiração lenta, assim como seus batimentos cardíacos. A sua cabeça dói como o inferno. Ele tenta abrir os olhos, falhando quando raios de luz os machucam. Choraminga, enterrando os dedos longos no cabelo e puxando os fios. Ele ainda não consegue abrir os olhos para, ao menos, tentar entender onde está, apenas sente roupas leves abraçarem seu corpo. Arrastando o cotovelo pela cama e empurrando os lençóis para baixo com os pés, ele consegue se sentar. Mais reclamações e choramingos saem da boca do homem.

— Merda!

Jeongguk trata de limpar as lágrimas que teimam em descer pelas suas bochechas. Está limpo, ele tem certeza, mas os sintomas o fazem duvidar de si mesmo. Suas dúvidas são cessadas quando seu punho lateja; uma tala envolve ambas as mãos cobrindo prováveis ferimentos. Trêmulo, mas apressado, Jeon retira os curativos bem feitos de uma mão, revelando machucados que adquiriu pelos socos que desferiu contra o rosto do desconhecido. Sorri, satisfeito, passando a ter certeza de quem viu. Eufórico, Jeon se desfaz das cobertas enroladas no seu corpo e levanta. Está vestido com uma grande blusa branca, que é extremamente folgada, e um short verde-água de malha. Ele anda apressado pelos corredores da Igreja, prestando atenção para não tropeçar em algo. Abrindo todas as portas e enfiando a cabeça para dentro dos cômodos, Jeongguk percebe que a Igreja está vazia; ele engole em seco, olhando para todos os lados em desespero. Seus olhos se arregalam e um sorriso rasga o rosto quando lembra do salão principal. Ele volta a correr, dessa vez com mais pressa, ignorando o receio de quedas.

A igreja está em perfeitas condições. Mal temos goteiras, senhor. — Jeongguk consegue ouvir a voz abafada do padre Seokjin. Sem exitar, ele empurra a porta, invadindo o salão e causando o silêncio imediato de todos — Bom dia, Jeon. — cumprimenta e sorri.

— Pelo amor de Deus, cale a boca. — ele ignora o padre, marchando até o desconhecido e levantando a mão em frente aos seus rostos — Que porra é essa, cara?

— Bom dia? — o moreno tomba a cabeça para o lado com o cenho franzido, demonstrando dúvida e certa irônia nas feições — Nós conhecemos?

— Qual é a porra do seu problema? A merda do seu rosto fez essa porra com a minha mão. — Jeongguk empurra o peito do estranho. — Jimin, não é? O que fazia visitando Viollet e por qual motivo não tem a merda de um machucado no seu rosto?

— Acho que você está usando drogas, princesa. — ele retribui o empurrão. Jeon grunhe de ódio, ele se prepara para partir para cima de quem o empurrou, mas é parado por mãos que o puxam para trás — Ele é nervosinho, não é? — o moreno pergunta para uma mulher loira, qual está parada ao seu lado.

— ME SOLTA, PORRA! — começa a puxar seus braços, isso até conseguir que as mãos não o toquem mais — Quem é você?

— Jeon, isso não está na sua área. — Seokjin tenta acalmar a situação — Por que não tenta descansar? Desmaiou ontem. — repousa a mão no ombro de Jeongguk, dando um leve aperto.

A sua respiração está desregulada, Jeon sente seu coração bater freneticamente. Ele tenta relaxar, procurando analisar todos presentes: Kim Taehyung está parado com os braços cruzados e olhar sério, afastado de todos, mas ainda próximo. Irmã Irene está longe, tendo um sorriso debochado pintado na boca vermelha. Irmã Eliza também está longe, espantada com a cena. Aquele, que Jeongguk se lembra como Park Jimin, olha tudo com uma expressão divertida enquanto a mulher loira sussurra algo em seu ouvido.

— Não é da minha área, padre? — ele expulsa a mão de Seokjin do seu ombro, se afastando com certo nojo — Viollet é minha responsabilidade. Ontem esqueci as chaves da minha casa aqui, então eu vim buscá-las. Quando Viollet me disse sobre um homem de olhos azuis trazendo doces, eu pensei ser algo da imaginação fértil dela. Ontem eu o vi, e eu quero saber quem é ele. Vocês, — aponta para o padre e as irmãs — não são meus chefes. Não sou pago por vocês, sou pago para cuidar de Viollet. Eu quero saber quem foi o irresponsável que deixou um... — Jeon olha o suposto Park de cima a baixo — Desconhecido, se aproximar da Viollet sem supervisão e sem meu consentimento. Não quero saber qual a opinião de vocês sobre, quero a verdade e quero que me respondam o motivo de eu, cuidador contratado, não estar sabendo disso. Eu pedi o relatório de tudo sobre ela, desde alimentação à contatos e mesmo assim nunca fui avisado dele. Eu sequer sei os detalhes do estado de saúde da garota sendo que eu sou enfermeiro dela, porra! Se não sabem qual é a maldita doença, quais foram os meios para concluírem que ela é terminal? Por que não investiram na saúde dela ao invés de gastar para me contratar?

1877 • Pjm + JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora