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Samuel

Eu nunca me senti tão desesperado, minha mulher tava na mão de qualquer filho da puta e a gente não sabia nada dela. Tudo que sabíamos foi o que uma câmera captou, um homem de preto com um carro sem placa. Já faziam doze horas que levaram o meu maior bem, a polícia já estava no caso, e Osmar estava louco, querendo mover montanhas.

- Papai, a mamãe vai demorar? — a Jade me olhou com os olhos baixos.

- Não, meu bem. — a olhei e sorri forçadamente.

Eu espero que não.

Isabelly

Eu estava completamente assustada, cada minuto que eu passava naquele buraco pareciam séculos. Eu tremia de frio, mas por sorte, estava agasalhada quando ele me pegou.

Esfreguei minhas mãos umas nas outras em tentativa de esquenta-las e ouvi passos largos.

- Tá mais mansa? — ele puxou uma cadeira e se sentou na minha frente, observando cada canto do meu corpo, me causando aquelas sensações ruins.

- Você não fez mais nada com ninguém, não é? — eu perguntei, mas não tive resposta. - FALA, VICENTE!

- Shh! Não precisa gritar, gata. Só estamos eu e você aqui, mas sem perguntas.. você fala demais. Te trago comida e água quando estiver mais calma, sua fome e sede vai depender de você pra ser cessada. — ele deu um sorriso irônico antes de se virar novamente e sair.

Eu me sentia como um rato capturado por uma ratoeira.. morrendo lentamente. Só conseguia pensar em como estava minha família, meus filhos.. tentei não deixar o desespero tomar conta de mim e acabei adormecendo, estava a um dia sem dormir e fui vencida pelo cansaço.

[...]

- Acorda! Aqui não é hotel não, se quiser viver uma vida boa, já te disse as condições.

- Você é.. — ele tapou minha boca e me interrompeu.

- É melhor engolir essa palavrinha de merda, ou eu vou ter que machucar você, e você não sabe o quanto isso me dói, gata. — meus olhos se encheram de lágrimas e ele me jogou uma bandeja de comida, e então saiu, como todas as vezes.

Tinha um misto quente e um copo de água, mas pra mim era como se fosse a melhor comida do mundo, mesmo que eu não gostasse de misto quente, preferia ele frio, e sabia que o Vicente iria fazer sempre o contrário.

Comi em poucos minutos e fiquei pensando se já haviam pistas de onde eu estou, eu sabia que eles iriam me encontrar uma hora ou outra. Mas eu precisava lidar com o Vicente. Não adianta eu xingar ele, isso não vai me tirar daqui. Se eu não disser a ele o que ele quiser ouvir, vou estar colocando minha vida e da minha família em risco.

Eu não vejo a hora disso acabar.

E eu espero que seja logo.

Meu Melhor Erro II Onde histórias criam vida. Descubra agora