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Samuel

- E aí? Conseguiram localizar? — pergunto ao Agente. 

- Estamos tentando, por sorte as câmeras do semáforo captaram o caminho do carro. Conseguimos ver a Isabelly sendo tirada do carro, mas não vemos o rosto do suspeito, senhor.

- Então agiliza, Soares! Eu preciso da minha filha, encontra a localização exata desse escrupuloso! — Osmar bateu na mesa e Soares assentiu.

A Dona Ju chegou e foi tentar acalmar a fera, enquanto por dentro eu estava acabado. Eu só queria minha mulher de volta. Já fazia uma semana e todos os dias as crianças perguntavam dela, e nessas perguntas de "quando a mamãe volta?", até eu mesmo queria saber a resposta.

Eu tava transtornado, não dormia direito, não trabalhava. Ficava até os Agentes chegarem, e até eles saírem. Osmar moveu a cidade inteira e montou uma equipe de última hora junto com a Policia.

Decidi ir ficar um pouco com as crianças, em meio de todo o caos, os dois precisavam de mim ali, mesmo que eu me sentisse inútil e incompleto sem minha mulher. Não é a mesma coisa sem ela, a cama fica vazia como se eu estivesse deitado na porra de um abismo, procurando pela Isabelly e nunca conseguindo encontrar.

Acabei indo dormir, as crianças dormiram e eu fiz o mesmo, tava existindo só, não vivia mais.

Acordei com o celular tocando, era o brother.

**
- Fala, meu mano.
- Tô ligado que tá difícil, parceiro.
- Pô, Duarte, tô quase apelando pra aquele trem.
- Tu é forte, porra. Sabe que tô contigo, menor.
- Valeu, mano.
- Tua mulher vai voltar pra tu, fica suave.
- Tô torcendo, valeu.

**

Depois de conhecer o Rafael, a gente se aproximou pra caralho, viramos brother mesmo. Admiro a história de vida do cara, e mesmo ele tendo saído naquela, o apelido "Duarte" já faz parte dele, não tem outra. É eu tentando lidar de um lado, e ele tentando acalmar minha cunhada do outro.

Fui interrompido quando Soares entrou.

- Encontramos! — ele sorriu.

- ENCONTRARAM ELA? — eu levantei.

- Sim, senhor. Conseguimos captar a localização pelo celular dela! Ele foi ligado hoje.

- Tá esperando o quê, porra? — eu o olhei e ele se assustou.

- Estamos no aguardo da polícia para a apreensão do suspeito, seus filhos ficarão com a dona Juliane, faremos uma abordagem lenta, eu não irei, dei meu lugar a Osmar para ir junto com você. — eu sorri e assenti.

Meu coração pulava pra caralho, parecia que eu ia morrer. Eu não sabia o que caralho eu tava sentindo, mas tava feliz, por outro lado, tava com medo desse filho da puta ter feito algo com minha mulher.

Aguenta, meu bem. Cê vai voltar pra gente.

Meu Melhor Erro II Onde histórias criam vida. Descubra agora