Meu Chefe, o Hokage

Escolhas

3 anos se passaram e após uma grave crise econômica, a Vila da Folha se reerguia como o sol nascendo no alvorecer. 

Akira on

Já fazem mais de 3 anos que saí da Vila, minha vida mudou completamente. Virei uma mercenária, trabalho para quem quer que seja desde que tenha que matar alguém. Hoje cedo recebi um trabalho que me fez relembrar do passado, que tento esquecer a todo custo. 

Devo matar um grupo de ninjas que pretendem invadir Konoha, a Vila passou por maus bocados nesses últimos anos, fazer isso vai ser uma honra. Mesmo que minha nação não mereça nada de mim, os inocentes da Vila não tem nada haver com isso. 

Após preparar tudo que vou precisar na missão, dou um beijo no rosto do homem que dormia a meu lado. 

"Minha vida mudou mais do que eu esperava."

- Já vai sair?

- Sim. Volte a dormir.

- Tome cuidado ok?

- Sempre tomo cuidado querido. Agora volte a dormir. 

Ele obedece e volta a deitar-se. Saio da cabana simples em que passei a noite antes do sol nascer e depois de uma hora e meia de viajem chego a fronteira da Vila da Folha. 

"Como será que você está. Já faz tanto tempo desde a última vez." 

Ouço um barulho quase inaudível e me escondo rapidamente. Fico esperando mas ninguém aparece, derrepente uma kunai com papel bomba explode ao acertar uma árvore bem acima de minha cabeça. 

"Droga, já me viram."

Saio da moita e vejo meus adversários, são tantos homens que mal consigo ver todos. 

"Se concentre Akira, agora você tem alguém, morrer não é uma opção." 

Se acontecer, o ataque iirá devastar grande parte da Vila, preciso impedi-los a todo custo. Os homens partem para me atacar ao mesmo tempo enquanto um grupo deles segue em direção a Konoha, faço dois clones das sombras e mando um atrás do grupo que se afastava rapidamente. Não posso cuidar deles sozinha, duas de mim deve ser o suficiente. 

O tempo vai passando e eu continuo em batalha com os ninjas, eles são mais fortes do que imaginava, conseguiram me causar um dano considerável. Restando apenas um inimigo e eu, sou surpreendida com um ataque direto que consigo defender com o braço direito, porém a força do ataque quebra meu braço. 

Não me resta muito chakra, tenho que continuar com apenas taijutsu e agora com um braço a menos. Seguro uma kunai na mão esquerda e uma entre os dentes, parto pra cima do sujeito com todas as forças que me restam, ele me acerta um chidori em cheio na barriga porém era uma substituição. Apareço atrás dele e o acerto em órgãos vitais com as kunais. Ele cai no chão morto a minha frente. 

"Descanse em paz." 

Começo a correr na direção que o outro grupo e meu clone haviam seguido e paro quando sinto as memórias de meu clone voltando, sinal de que ele foi atingido e o jutsu se desfez. As memórias passam como flashes na minha cabeça.

Perseguição. 

Mortes. 

Armadilha. 

Ajuda. 

Quem é ele? 

Tobirama-san. 

Tobirama-san apareceu e tentou salvar meu clone. Se ele está aqui então eu devo ir embora imediatamente. Dou meia volta e corro agora na direção oposta. 

Alguém está me seguindo, tento despistá-lo mas ele é muito bom. Diminuo a velocidade e paro.

- Eu sei que está aí. Apareça e lute, seja lá quem for. Falo enquanto tiro minha espada da bainha e fico em posição de ataque. 

Tento demonstrar surpresa quando a figura que sai das sombras se mostra e vejo Tobirama-san, usando sua armadura de sempre. 

- Porque está me seguindo? 

- Quis ter certeza que era você mesmo. Já faz tanto tempo. Ele dá um passo a frente e eu ando para trás erguendo a espada nas minhas mãos. 

- Não se aproxime. Não quero ferir você, por mais que mereça.

- Eu sei que mereço. Se existe alguém nesse mundo que merece morrer por suas mãos, sou eu. 

- Isso é uma perda de tempo. Vai embora. 

- Akira, eu pensei em você todos os dias durante esses três anos. 

- Eu também pensei muito em você. Como eu deveria te matar, mas não foi divertido.

- Querida, eu não tive escolha. O casamento com Naomi era a única solução para salvar a Vila. Depois que ela foi embora, as pessoas quase passaram fome por falta de recursos. Sei que isso não é desculpa, mas tente me entender por favor.

- Eu entendo muito bem você. Se você não teve escolha, eu também não tive. Eu não escolhi ter essa vida, matar todas aquelas pessoas não eram meus planos. Coloco a espada de volta na bainha e relaxo a postura. 

- Não escolhemos ser o que somos hoje. Mas entenda, nada mais é como antes.

 Dou as costas para Tobirama-san e antes que possa dar um passo algo explode bem a minha frente. Perco os sentidos por um instante, e quando me dou conta, a explosão era apenas uma distração. Por um milésimo de segundo posso ouvir as kunais e shurikens voando em minha direção. 

Não dará tempo de desviar. É o fim. Fecho os olhos aguardando uma morte rápida que, quando não vem abro os mesmos curiosa e com um tanto de medo. A imagem que vejo me deixa apavorada e sem reação. Tobirama-san pulou na minha frente no último segundo e usando seu corpo como escudo, me protegeu. 

- Me perdoe. Ele diz, sua boca derrama sangue enquanto seu corpo cai para o lado.

 Não consigo pronunciar uma palavra sequer, viro-o de costas para ver como estava e o cenário é um dos piores possíveis. A maioria dos objetos conseguiu perfurar a armadura que pinga sangue manchando a neve branca sob nossos pés. Viro-o novamente, repousando sua cabeça sobre meu colo. 

- Akira... Ele diz rouco. 

- Não fale. Apenas me responda com sim ou não. Consegue aguentar mais ou menos uma hora? 

- Akira... eu te amo. Seu polegar vai até meu rosto e acaricia minha bochecha. 

- Não diga isso! Você não vai morrer aqui. Não nas minhas mãos. Responda a pergunta. 

- Eu não sei. Seu olhos começam a fechar. 

- Não, não não não, olhe para mim. Se me ama mesmo olhe para mim ok. Aproximo nossos rostos. Posso ver um leve sorriso em seus lábios. 

Não tenho outra alternativa, preciso usar o teletransporte com o que me resta de chakra. Não vai nos levar para minha casa, mas já é mais da metade do caminho até lá. Faço os sinais de mão e num piscar de olhos estamos em outro lugar da floresta. Tiro forças não sei de onde e carrego Tobirama-san por mais 20 minutos até finalmente chegar ao nosso destino.

Tobirama on 

Estou perdendo muito sangue, as feridas já não doem mais. Meu corpo está mole e a dormência já me consome quase por inteiro. 

Akira me carregou por um tempo até chegarmos a um pequeno vilarejo, ao vê-la um garoto vem correndo desesperado em nossa direção. Ele parece falar algo mas meus sentidos parecem não funcionar mais e não consigo escutar o que ele diz. Sou carregado até uma casa e posto de costas sobre uma mesa. Depois disso a escuridão veio e não vi mais nada.