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- Donna! Donna! – Harvey gritava, correndo pelos corredores da empresa. Donna estava com Rachel na frente de um dos elevadores, já pronta pra ir embora.

- Harvey? – A ruiva perguntou quando viu o advogado se aproximando. – O que você quer?

Donna pensava que ele queria continuar a conversa de antes, mas não havia sido ele próprio quem disse que estava feliz por ela?

- Posso conversar com você? – Ele perguntou recuperando o fôlego. – Prometo que não vai demorar muito. E é assunto profissional. – Ele adicionou, esperando que isso fosse convencê-la a conversar com ele. Imaginou que se ela pensasse que o assunto fosse pessoal, não aceitaria.

- Claro. Rachel, até mais. Adorei o papo!

Donna se despediu da amiga e Harvey ficou um pouco mais ao lado. Quando elas terminaram, ele a levou até sua sala e pediu que ela se sentasse no sofá. Por segurança – temendo que pudesse se aproximar demais sem querer –, ele se sentou em uma das cadeiras próximo a sua mesa de trabalho.

- O que aconteceu?

- Eu... Eu queria saber se você poderia me contratar.

- Te contratar? Harvey, eu já te expliquei que os assuntos legais da empresa estão sendo cuidados por outro advogado e não é nada muito sério, então

- Eu sei. – Harvey a interrompeu. – É só que... Eu acabei de ouvir de outro cliente que a empresa é conhecida e me deu vontade de participar dos negócios. – Harvey desviou o olhar de Donna, porque sabia que se a olhasse nos olhos, ela perceberia que ele estava escondendo algo.

- Você, antes, não achava que era? – A ruiva ergueu uma das sobrancelhas, desafiando o amigo.

- Eu sempre soube que era um sucesso, mas confesso que nunca pensei em fama. – Harvey deu uma risadinha.

- Mas enfim... Eu não acho que seja uma boa ideia...

- Donna, por favor. Eu não estou pedindo muito, só quero ser seu advogado. Advogado da sua empresa. Eu prometo que isso não vai ser motivo pra eu ficar te ligando toda hora, ou marcando reuniões... – Harvey brincou, ficando feliz ao ver que Donna ria. – Eu só quero voltar a trabalhar com você, como nos velhos tempos...

Donna suspirou, completamente derrotada. Pra um homem tão incapaz de confessar seus sentimentos, de falar abertamente sobre como se sentia, ele estava cada dia mais certeiro. Sabia o que falar, como falar e quando – e Donna ainda não estava certa se gostava disso ou não.

- Você promete que seremos profissionais?

- Eu prometo. – Harvey respondeu sincero.

- Ótimo. Então, você pode ser meu advogado. – Harvey sorriu, comemorando, mas Donna sentiu que havia algo de estranho nesse pedido. – Mas com uma condição.

- Diga.

- Por que você resolveu me pedir isso agora?

- Eu já te disse. – Harvey se levantou e foi até a janela, evitando a todo custo olhar para ela. – Eu soube que a empresa está cada dia mais famosa e quis fazer parte disso, além de querer relembrar os velhos tempos...

- Mentira. Você saiu correndo atrás de mim, gritando meu nome pela empresa. O assunto era sério. Se fosse só isso que você está contando, você teria me ligado.

Harvey suspirou. Donna e sua maldita mania de saber tudo.

- Está bem. Se você precisa saber – Harvey se virou para a amiga e a olhou nos olhos –, eu ouvi um comentário sobre a sua empresa e sobre você e eu não gostei.

Ela foi emboraOnde histórias criam vida. Descubra agora