Donna estava recolocando o último travesseiro sobre a cama já arrumada quando ouviu três batidas insistentes em sua porta. Em outros tempos, poderia até pensar que fosse Harvey, mas agora só poderia ser Matthew.
Talvez ele tivesse se arrependido de ter ido embora, talvez quisesse voltar pra Seattle...
Nervosa, Donna correu até a porta e a abriu num instante. Na sua frente, porém, era Harvey quem estava.
- Harvey? – Ela perguntou, apoiando um braço no marco da porta, impedindo que o advogado entrasse em sua casa. – O que faz aqui?
- Eu não posso, Donna. Eu não posso. Pensei que podia, mas eu não posso. – Harvey estava visivelmente nervoso. Ele ofegava, e Donna imaginou que ele tivesse corrido pra chegar até ali.
- Não pode o quê? O que está acontecendo?
Harvey mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça, se mantendo em silêncio. Donna, nervosa e preocupada, pediu que Harvey entrasse.
Os dois foram até a sala e, apesar da ruiva ter indicado que ele se sentasse, Harvey permaneceu de pé, a uns cinco passos de distância de Donna. A ruiva, nervosa, se arrependia de não ter posto um robe por cima da camisola.
- O que aconteceu? – Donna perguntou com voz doce, temendo precisar ajuda-lo com mais uma de suas crises. Sabia que não seria de muita ajuda naquela noite.
- Eu disse que eu estava feliz por você, Donna, mas eu não estou. – Harvey disse simplesmente, surpreendendo a ruiva. – Eu disse que eu tinha ficado feliz por não ter ido atrás de você, mas eu não estou. A verdade é que eu estou miserável.
Harvey começou a chorar e Donna quis abraça-lo, mas não moveu um músculo. Ela apenas ficou ali, olhando o homem alto e grande chorando como se fosse um menino indefeso.
- Harvey, eu...
- Eu sei que você tá com o Matthew e eu sei que eu prometi que ia manter contato com você profissionalmente e eu sei que aparecer na porta da sua casa à meia-noite não é nada profissional, mas eu precisava vir aqui.
Harvey tomou fôlego e avançou um passo, esperando que Donna se afastasse, mas ela não o fez. Ele tomou aquilo como uma meia vitória e criou coragem pra continuar dizendo o que queria.
- Eu achei que eu pudesse aceitar que você está feliz e noiva de outro homem e ficar feliz por você, mas eu não posso. Eu sinto muito, mas eu não posso. Eu gostaria de poder te sequestrar, mas a verdade é que eu não quero que você esteja obrigada a ficar comigo.
- Harvey, eu não estou te entendendo.
- Eu vim aqui pra te dizer que eu não estou feliz só porque você está feliz e eu não vou desistir de você, mas eu entendo que você esteja com o Matthew agora. Eu só preciso que você saiba que eu te amo, Donna. É isso. Eu te amo. Eu não disse isso ainda, eu acho, mas eu te amo. Amo como mulher, te desejo como mulher e adoraria poder apagar aquela vez em que eu te disse que te amava e depois disse que fiz isso só pra te fazer sentir bem. Era mentira. Não a parte do amor, obviamente. – Harvey deu uma risadinha e avançou mais um passo, mas dessa vez, Donna se afastou.
- Você... Me ama? – Donna perguntou. Ela sentia seu corpo inteiro tremer e estava chorando.
- Amo. Amo muito. Amo tanto que precisei vir na sua casa de madrugada pra te dizer isso. Eu sei que eu não tenho o direito de fazer isso, estou pra lá de atrasado, mas eu precisava dizer. Precisava dizer que eu te amo e não vou desistir de você, não importa o quão errado isso seja. Eu não me importo que você tenha o Matthew, eu não vou desistir. Eu prometi que iria, mas eu não vou.
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Ela foi embora
Fanfictiondarvey au (é mais ou menos o contexto do fim da S6 e toda a S7, mas não tem mt a ver com oq aconteceu na série)