Capítulo 7

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CAPÍTULO 7 - A VERDADE ESTÁ MUITO ALÉM DO QUE SEUS OLHOS PODEM VER, ENTÃO, FECHE OS OLHOS E A SINTA.

Florence soltou o ar que nem sabia estar prendendo, assim que Rick saiu da sala de Minerva e bateu a porta.

-Florence Willis – Minerva disse, logo depois – Acho que sabe muito bem que haverá consequências para seu desacato mais cedo, não sabe?

-Minerva, eu não vim aqui para saber qual será meu castigo. Há algo sobre mim que você e minha mãe não me contaram. – Florence apertou as mãos atrás da costa, talvez tentando controlar as batidas rápidas de seu coração ansioso. A verdade é que ele estava nervosa, por conversar com Minerva, que a intimidava tanto – E me poupe de argumentos como ‘’Ah, você deve estar imaginando coisas’’ porque eu não vou aceitar.

-Já disseram a você como é petulante?

-O tempo todo, mas por favor, continue.

-Florence...

-Eu tenho certeza que esse ódio todo é comigo, mas, vendo a cena daquela garota, a Linda...

-Lindsay – corrigiu Minerva, atenta.

-No refeitório – Florence continuou, sem se importar – Percebi que o ódio deles por mim é tão grande que está decaindo sobre minha família também. O quê? Amanhã vou acordar e vou ouvi-los xingar minha mãe ou Paul?

-Florence, a questão não é essa.

-Oh, não? Isso foi um tipo de convite para uma explicação melhor? Estou a sua disposição.

-Sente-se. – mandou, com os olhos fixos na garota. Embora, para Minerva, Florence puxasse bastante sua mãe, desde o cabelo até os olhos, ela continuava sendo a cópia do pai. Quando a diretora viu-a entrar, pela primeira vez em sua sala, pensou que os mortos pudessem voltar a vida. O jeito, a prepotência, o olhar, tudo.

-Estou bem em pé – ela retrucou.

-Não perguntei isso, aliás eu não perguntei nada – Minerva falou firme, como se já estivesse  acostumada com isso – Mandei sentar, senhorita Willis.

Sem alternativa, Florence fez o que a diretora pediu.

-Bem – ela continuou – A história é um pouco complicada.

-Então comece. Eu realmente não sei o que eu fiz para eles me olharem e agirem daquele jeito. Vocês odeiam ruivas?

-O quê? De onde tirou isso? Não faz sentido! Não odiamos ruivas! – Minerva rebateu, rápido e confusa – E o ponto é que não é você que eles odeiam.

-Isso é que não faz sentido.

-É seu pai.

-Meu pai? – Florence queria rir, por que era uma piada, certo? – Meu pai?

-Sim – Minerva confirmou e não parecia estar contando uma piada – O que sabe sobre seu pai?

-Ele morreu quando eu era um bebê.

-Eu não perguntei isso. Perguntei o que sabe sobre ele.

-Sei o que minha mãe me contou. Ele era um militar e acabou morrendo em um acidente de carro quando voltava pra casa.

-Seu pai não era um militar.

-As pessoas me odeiam porque meu pai não era um militar, então?

-Não! – Minerva não sabia como começar a contar a história e Florence não ajudava – É aqui que a história começa a ficar complicada...

-Então...

-Florence se você não se calar agora mesmo serei obrigada a tampar sua boca com uma fita. Não era você que queria ouvir a história? Então apenas escute-a.

Nascida nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora