Us.

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Abro um dos armários de cima e pego um copo qualquer, logo enchendo-o com água, assim como fiz hoje mais cedo. Olho para aquele copo cheio demais.

" você ama ela, né?"

E pensar que Ballora quase se foi naquela vez.. e naquela outra. Sim, fiquei sabendo da tentativa de suicídio em 2004. Mas é claro, assim como os outros, não falo sobre. Foram motivos óbvios! Ballora estava com uma profunda depressão e não era de pouco tempo, foi erro nosso perceber tão tarde... Se Elizabeth não tivesse chegado..

-Mangle? -Charlie. -Você está bem?

Me virei para ela. Charlie havia dito aquilo tudo..e não que ela esteja errada, mas.. ok! ela não está, mas ao mesmo tempo eu penso que.. podia, deveria! haver outra forma de termos falado sobre o assunto.. sem ter tido aquele tipo de reação vinda da Elizabeth!

Ah, eu sinto tanto por ela... tão jovem, tão sensível.. tendo que sofrer tanto em todos esses anos. Elizabeth é uma garota boa, a mais pura entre nós. O que quero dizer, é que ela não carrega maldade consigo, ela vê o mundo como ele é, na maioria das vezes, mas não se deixa "envenenar" mesmo que seja muito facilmente, pelo seu pai, impelida... ela ainda sim, me surpreende. Elizabeth carrega muito do bom com ela... e todos estão tão apreensivos com isso tudo que não se dão conta do que Elizabeth realmente sente. Eles sabem, só não tiveram o "tempo" de perceber o mal que causa essa situação. É tóxico.

-Eu.. estou bem.

-Escute..

-Não precisa falar nada. -E ela não precisava. -Charlie, não precisa mesmo. Se forem desculpas.. essas não são pra mim.

-Eu só queria .. tudo bem. Eu entendo..!

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Já deviam ser umas oito horas da noite, sim o dia foi rápido, eu concordo. Passamos maior parte do dia conversando com Charlie e os outros e Freddy chegou no inicio da tarde. Tivemos a conversa e depois, na tarde, ficamos todos pela casa conversando sobre os ocorridos e sobre as provas. Ninguém se quer mencionou o descarrego de Baby.. e eu é claro me culpando por ter iniciado tudo.

Dei uma olhada nas provas e minhas suspeitas realmente estavam certas. Haviam áudios, gravados pelo tal "amigo da Charlie", que continham conversas do William com o chefe de policia. Combinadas com outros documentos, fotos e áudio..! nos traziam uma bela de uma prova de que não foi o gás naquela noite.

Me pergunto como eu deveria me sentir. Realizada? Realizada por estar mandando um homem, o pai da minha amiga, para a prisão. Sabendo se lá o que acontecerá com ele.. talvez eu deva.. William merece, certo?

-Argh!

Me afasto daquelas coisas! E me dirijo para meu quarto, sem pensar me jogo na cama. Estava tudo tão doido, em um momento.. eu estava rindo com todos e no outro.. vi Ennard morrer na minha frente, cravar inúmeras vezes, aquela faca em seu estômago. O sangue jorrando e manchando tudo à volta. Foi uma morte assombrosa... traumatizante. Ainda não acredito em como consegui ter ficado tão calma..

-Mangle? -Lolbit..-Você..

-Eu.. não to bem..

Sinto ela se sentar ao meu lado na cama, estava de costas por isso não pude ver sua expressão. Logo ela começa a me fazer um cafuné.

-Tudo bem.. sei que perece.. ok, está dando tudo errado, mas vai passar. Vamos resolver..

-...devemos.

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Cá estou eu, velho e cansado. Nunca imaginei que estaria sentado em um banquinho de cozinha, lendo e relendo provas contra um dos meus melhores amigos.. provas que provavam o assassinato de meu irmão, Henry. Provas e mais provas! Eu não aguento mais! Queria que fosse mentira, que fosse uma pegadinha e que, a qualquer momento, câmeras, daqueles de filme! entrassem com um idiota em um microfone e o William ao seu lado, dizendo: "Você está na TV!"

Crumbling DreamsOnde histórias criam vida. Descubra agora