PESSOAS VEM

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#CardealVermelho

(n/a: muito obrigada por todos os comentários na história, vocês me fazem sentir menos solitária e muito mais feliz. espero que eu possa estar sendo uma boa companhia para vocês também)

Dawn tem um jeito peculiar de andar pelo cômodo e Jungkook sempre sabe quando ela está se aproximando pelo arrastar de sua perna pesada de ferro. A mulher usa a mesma prótese a anos no lugar de trocar por uma de melhor qualidade. O ministro até ofereceu pagar os gastos da mesma, mas ela sempre recusa.

Na verdade, Dawn recusa qualquer ato de "bondade" de Yoongi, pois ela conhece o homem. Ela sabe que mais cedo ou mais tarde, sua bondade sempre é cobrada.

Dessa forma, Jungkook ajeitava os biscoitos no prato para levar a Taehyung no topo da torre, assoviando qualquer música que ouviu da rua. De acordo com Yoongi, ele não pode sair da torre também, na verdade, ele nem sequer pensa nisso muito.

O jovem sai da torre uma vez por mês para andar até o limite da cidade, bem rente à enorme parede de pedra. Sente que alguma coisa ali pode ajudar na descoberta de quem é sua família.

"Eles o abandonaram aqui para morrer, Jungkook. Apenas com uma pulseirinha com seu nome e nada mais." Disse o ministro quando ele era pequeno.

Sim, ele nem sequer tentou ser gentil nas palavras.

Assim que terminou, saiu com a bandeja nas mãos e viu Yoongi ali, parado no hall, a frente do elevador, conversando com Margara. Ele não gosta daquele corvo assim como Jungkook, o bicho parece te enfrentar, parece querer ler sua mente e é sufocante sua presença.

— Boa noite, senhor Min. Vai subir? — sorriu educado e o homem negou com a cabeça.

— Não sei se devo — respondeu pensativo. — Não tenho notificado agradáveis. Poderia dar em meu lugar.

Jungkook ficou confuso, é só um garoto adolescente, as coisas que Yoongi fala são sem pé nem cabeça para ele. Observou as roupas negras do homem, nunca o viu vestir preto por inteiro, tanto que Margara parecia uma extensão de seu corpo.

— Claro... — afirmou.

Ouviu tudo atentamente, não que fosse muita coisa, contudo, era um tanto pesado de se ouvir. Se despediu do ministro, entrando no elevador observando suas mãos cheias de calos e cansada apertando as bordas da bandeja.

Confuso.

Ao chegar no andar, Taehyung já havia deixado a porta aberta e estava em seu quarto sentado a frente do telescópio observando, dessa vez, o céu. Jimin não estava aparente, ele percebeu que o rapaz anda voltando muito tarde para casa.

— Olá, senhor Kim — sorriu. — Voltei com os biscoitos e com o chá.

Taehyung bateu uma mão na outra, dentro da enorme camisa de linho branca. Jungkook não sentia que era tão diferente do rapaz rico no topo da torre, ambos estão presos ali, ambos não têm muito o que fazer e os dois tem a mente jovem e brincalhona.

Queria passar mais tempo com Taehyung, mas tem tanta coisa para fazer.

— Eu também venha com algumas notícias sobre o ministro... — deixou a bandeja sobre a mesa e Taehyung esperava atentamente, o observando por trás dos óculos.

— O ministro disse que vai ficar um mês sem vir te ver... ele está doente — levou uma das mãos a nuca. — Alguma coisa sobre trocar seus pulmões.

Taehyung arregalou os olhos imediatamente e encarou o chão por um tempo. Jungkook não entendia a grandiosidade daquela notícia.

— Ele disse que anda sentindo gosto de fuligem e que não consegue respirar bem, então vai para outro distrito trocar. Tudo bem?

A TORRE DE ZAUN | vminOnde histórias criam vida. Descubra agora