Always - Everlark

Capítulo III

Estávamos em uma posição perfeita e naquela deliciosa ocasião, continuei aninhada ao Peeta e não queria mover um músculo sequer. Seu calor era como uma terapia para minha alma desolada, estava muito satisfeita em vivenciar isso, nesse instante, tão adorável, que meu desejo era desfrutar disso repetidamente, aproveitar aquele momento terno, era tentadoramente convidativo. 

Se por acaso um dia, ele esquecer o quão essencial e imprescindível ele é, verdadeiro e unicamente pra mim, eu irei, todo dia, lembrá-lo! Mesmo nos momentos em que ele nem reconheça a si próprio, ou em qualquer outra situação, o farei lembrar eternamente, se preciso for, mesmo que seja uma tarefa árdua, farei até o meu último suspiro, sem hesitar. Fiz questão de levantar a minha cabeça para ver aquele ser que inundou e entrou sem mais e nem menos na minha vida, de forma tão impremeditada. Tudo o que eu preciso agora já está bem aqui.

— O que foi? – Disse Peeta, enquanto acariciava de forma sútil as madeixas de meus cabelos.
— Devíamos aproveitar esse tempo para fazer alguma coisa, não acha? – Respondi, enquanto apoiava minha cabeça cansada em seus ombros.
— Mas estou amando ficar aqui sem fazer nada com você! – Peeta mostrou os beiços fingindo estar choramingando, logo em seguida sorrindo e aproximando mais o meu corpo ao dele.
Eu não sei se era seu corpo quente... seu sorriso tão genuíno ou seu olhar que me fazia congelar por inteira. Porém, eu sentia a máxima necessidade de ter mais momentos de beijos e carícias tão intensas quanto ao que tivemos mais cedo. Um frio invadiu a boca de meu estômago. Encarar aqueles olhos não estava fazendo bem a minha sanidade mental.
— Eu só não quero que isso acabe. – Agarrei o tronco de Peeta fortemente, como se ele pudesse escapar de minhas mãos a qualquer momento.
— Eu faria qualquer coisa por você, Katniss. Não quero que duvide disso, eu não continuaria aqui sem você. Não aja ou fale como se, por acaso, eu desejasse desaparecer da sua vida. Sem você eu não teria sentido em existir. Você é, agora... tudo que me restou. – Disse, depositando um suave beijo em minha testa.

Aquilo me trouxe uma grande onda de alívio, aquelas palavras simples, mas cheias de significado. Era incrível o jeito que ele conseguia manusear as palavras na hora certa e nos piores momentos possíveis. Não posso dizer o que se passava exatamente na minha cabeça naquele momento, mas após me responder, acabei com qualquer espaço que existisse entre nós. Eu guardei tudo isso por tanto tempo, que se ficasse aqui sem fazer mais nada, sentiria que iria explodir! Não quero mais isso: acumular arrependimentos. As puras e espontâneas ações de Peeta eram como boas provocações para mim.
Enquanto nos beijávamos, o ar foi escasseando rapidamente e a distância de nossas bocas já úmidas e inchadas só foram diminuindo. Joguei meu corpo para cima do dele, tentando fazer um sinal para que ele entendesse as minhas verdadeiras intenções ali. Apenas torcendo para ele não interromper isso, e felizmente não foi o que aconteceu.
Quando percebi, Peeta já estava com seu corpo entre minhas pernas, pressionando-o contra o meu. Sinto sua calça roçar na minha roupa de baixo. Senti-me incendiar inteira, corpo e alma. E já não havia como ser parado... era tarde demais. Ele segurou cuidadosamente meu pescoço e beijou-me enquanto apertava minha cintura, senti algo... era sua língua calorosa descendo e terminando o caminho até a gola de minha blusa. Repentinamente ele parou e encarou-me.

— Katniss, não precisa fazer isso se... – Interrompo ele com um selinho, impedindo de continuar com mais um discurso.
— Continue...
— Tem certeza? – Ele perguntou com aquele familiar olhar atribulado e eu assenti.
— Já tive muitos questionamentos durante a minha vida, mas dessa vez eu nunca tive tanta certeza do que eu realmente quero. – Sorri, mas logo depois mordi meus lábios, devo admitir que estava nervosa de me despir para ele, talvez a vergonha iria cessando aos poucos, conforme fôssemos nos envolvendo.