Capítulo 3

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Anos atrás

— Por que ela precisa ser tão imprudente? — Melinda sussurra, segurando o rádio com uma das mãos. Por conta de uma decisão tomada por Lola, o quarteto acabou se perdendo e então, de repente estava cada um por si. — O trabalho era simples. Entrar. Copiar. Vazar.

— Ficar reclamando não vai mudar as coisas, Melzinha. — Dando uma risada nasal, a agente responde.

— Eu não precisaria reclamar se você não tivesse desobedecido as ordens mais uma vez, Lolinha. — Respirando fundo, Melinda rebate. — Nos encontramos na saída Oeste, eu estou com a chave do carro se não estiverem lá antes de mim, vou embora e deixo todo mundo para trás.

— Okay, capitã. — Os três agentes respondem de uma vez só, como se tivesse sido combinado.

Melinda teve caminho livre até a saída, afinal, Lola havia chamado toda a atenção para si. Precisou golpear um único homem, até que visse a luz solar e respirasse ar puro novamente. Mais uma missão concluída com sucesso, pensa. Avistou os três cavaleiros que faltavam, escondidos atrás do carro. Correu até eles e em menos de cinco segundos, já estavam todos dentro do veículo indo para longe de lá.

— Está vendo só, conseguimos! Mais uma vez! — Lola comemora, fechando o punho e tocando ele no punho dos outros agentes. Até May participara.

— Não sei se teremos tanta sorte da próxima vez. — A asiática resmunga, pisando com tudo no acelerados.

— Relaxa, May. Nós conseguimos. — Coulson sorri também, arrumando a gravata do terno.

— Temos que comemorar mais um grande sucesso! — Daniels era de longe a mais animada.

— Ela está certa, isso merece uma comemoração. Vamos sair para beber? — A terceira mulher se pronuncia.

— Vamos lá, Melzinha. Diga sim, para a sua melhor amiga no mundo. — Lola tenta convencer.

— Tudo bem. Talvez estejam certos, podemos comemorar.

— Somos incríveis juntos. Os melhores agentes. Somos os quatro cavaleiros. E ninguém nunca vai nos separar.

×××

Lola olhou de um lado para o outro, ora para Fitz, ora para Simmons. Tentava entender em que idioma os dois estavam falando, porque não conseguia entender absolutamente nada. Talvez porque já estivesse cansada de ficar sentada no meio daquela sala com aqueles dois agentes tagarelas, talvez porque estivesse ficando cada vez mais confusa com tantos termos científicos sendo pronunciados o dia todo. A ruiva respirou fundo, estendeu os braços para frente na direção do nada, fechou e abriu as mãos, esticando os dedos a fim de expulsar as dores nas articulações. Ajeitou a coluna e tentou voltar a sua atenção a dupla.

— Onde estamos errando? — perguntou o escocês, coçando a cabeça violentamente. — Não quero ter que dizer para Melinda que não conseguimos fazer isso.

— E não vamos — disse a bioquímica, incrédula. — Não existe nada que a gente não faça, Fitz.

Leopold concordou com a cabeça e virou-se na direção de Daniels, que o olhava com descrença. Estavam ali desde o começo do dia e já estava começando a anoitecer. Haviam feito uma parada rápida para o almoço — onde eles não pararam por um só segundo de falar sobre o dispositivo — e nada mais. Não era de se estranhar que os três estivessem cansados. Já tinham testado três dispositivos diferentes, com várias modificações, um número próximo a dezoito vezes. Nada tinha dado certo. Lola sempre conseguia ouvir Jemma reclamando de dor nas pernas e Fitz analisando a situação, tentando não parecer ranzinza, o que meio que já é ser ranzinza.

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