Ludmilla, o que houve?

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**BRUNNA**

Estava sentada olhando a tela do computador. Desde as primeiras horas da manhã tentando organizar de forma coerente o trabalho a que me dedicava, mas minha mente não fazia outra coisa senão divagar... Me inclinei para ler a página recém-digitada, mas as palavras se misturavam diante dos meus olhos.

Mal dormi. Acordei às cinco da manhã, com os olhos lacrimejantes... Há dias mal pegava no sono. Tentei voltar a dormir naquela manhã, mas depois de uma hora deitada na cama pensando em Ludmilla, acabei me levantando, perseguida em pensamentos, afogando-os contra o chuveiro para enfim ter um outro orgasmo sob o jato de água quente.

Meu pênis, enrijecido, estava incontrolável.

Aquilo estava ficando ridículo. Me masturbava algumas vezes por dia, desde que a conheci. E a coisa piorou bastante depois da nossa conversa ao telefone, na noite anterior. Tinha sido excitante escuta-la falar sobre seus desejos... Despejando sobre mim toda sua raiva naquela voz vulcânica, -Sim. Queimava a minha pele até o seu suspiro através da linha. Durante quase a noite inteira permaneci com uma tremenda ereção, a própria imagem de um anúncio de Viagra.

Deus do céu, a mulher parecia uma espécie de demônio, invadindo meus sonhos e também cada despertar. Mal podia esperar para pôr as mãos nela. Para tirar dela toda aquela agressividade e fúria.

Para Prendê-la.

Para Batê-la.

Para Domá-la.

Sim... isso.

Meu sexo cresceu de desejo, reagindo àquele pensamento.

Realmente tinha que dar um jeito de me controlar.

Precisava mantê-la sob meu domínio.

Gemi.

Tenho de vê-la.

Por que eu lutava contra isso? Quando queria algo, simplesmente fazia acontecer.

Por que agora seria diferente?

Provavelmente, porque vê-la antes do encontro marcado era contra meu protocolo usual. Perturbava o padrão do relacionamento dominante/submissa, não importava quão casual fosse telefonar-lhe.

Isso não parecia casual.

Foda-se! Eu ia ligar. De qualquer forma, não seria ruim surpreendê-la. Para deixá-la agitada.

Sentindo-me mais no controle da situação, peguei meu celular e disquei, sentindo sua respiração do outro lado, quando ela atendeu.

– Hum...Brunna?

Ah, sim. Adorável ouvir seu leve gemido manhoso ao amanhecer.

– Ludmilla, como está nesta manhã?

– São oito horas.

– De fato.

– Você sempre liga para as pessoas assim tão cedo?

– Estava dormindo?

– Não, mas... deixa pra lá.

– Quero ver você, Ludmilla. – Eu não me importava com o ríspido tom de voz dela. Peguei uma caneta, tamborilei na beirada da mesa e, ao perceber o que estava fazendo, parei.

– Você quer me ver agora?

Sim.

– Hoje à noite.

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