Quarta parte

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ChanYeol e KyungSoo trataram de correr imediatamente no momento em que a cabeça do pobre garoto SeHun fora golpeada tão forte a ponto de estilhaçar o vidro da janela, fazendo com que os dois acordassem do choque de estarem diante daquela cena nauseante para então fugirem dali, visto que estavam vulneráveis ao que quer que estivesse atrás dos mesmos.

A locomoção era definitivamente mais difícil quando o Do tinha de praticamente carregar o castanho junto a si, graças à perna imobilizada e o estado simploriamente sedado deste, que esforçava-se ao máximo para cooperar com o moreno que tanto estava a ajudá-lo.

Pela primeira vez, o Park estava tendo de lutar arduamente contra seu pânico eminente que tanto lhe travava e o o tornava uma presa a mercê do perigo que fosse, deixando-o sem qualquer reação e o transformando em um jovem garoto assustado e desesperado como um dia de fato fora.

O mais novo houvera rapidamente concluído em pensamento que, se fossem ao térreo, seria mais fácil mover-se com ChanYeol e também, seriam mais facilmente encontrados e socorridos quando alguém decidisse aparecer, então, foi para la que direcionou-se com o castanho.

Descer as escadas fora um desafio, pior ainda quando estavam sobre uma camada densa de tensão e medo, totalmente visíveis para o predador, mas ainda assim, não desistiram.

Quase despencaram diversas vezes pelos degraus, mas depois de muito empenho, impulsionados também pela urgência acompanhada de angústia, foram capazes de chegar ao imenso hall de entrada, apenas para se direcionarem para mais um corredor qualquer – o que aquele lugar mais parecia ter – em busca de uma sala segura para se trancafiarem mais uma vez, visto que não existiam muitas opções em meio àquele inferno que estavam vivendo.

Era como brincar de se esconder.

E a prenda da noite, bem, certamente nenhum deles gostaria de pagar.

-Tem uma sala de arquivos no final desse corredor. Vamos pra la. - Falou KyungSoo, frente ao fato que aquela sala era a única dali que o mesmo tinha certeza de qual era a chave que a destrancava, e não tinham muito tempo – e coragem – para demorar tirando a sorte enquanto tentavam encaixar diversas chaves daquele molho repleto delas em cada porta. Precisavam ficar seguros logo.

Enquanto passavam ao longo do corredor buscando chegar até a tal sala de arquivos, os dois rapazes avistaram uma porta aberta em meio a todas as outras que encontravam-se trancadas, causando estranhamento e atraindo a atenção de ambos, que após entreolharem-se em um consentimento mútuo para prosseguir, caminharam vagarosamente em direção àquele cômodo.

Ao estacionarem os corpos apreensivos diante da porta, depararam-se com o breu quase total do ambiente e também com a carcaça sangrenta de Wang GuoZhi atirado em um dos cantos empoeirados do lugar, com parte do crânio rudemente quebrado, fazendo com que metade de sua cabeça não passasse de uma lacuna oca desforme. Existiam também duas covas presentes no rosto mórbido do chinês, as quais abrigavam em seu interior duas massas deformadas e fundidas a sangue, as quais haviam sido aparentemente surradas repetidamente por algo afiado como uma faca ou talvez uma caneta até chegarem naquele estado, onde fora deixado para trás apenas os resquícios asquerosos do que deveriam ser seus olhos, que atraíam mais atenção do que as mais de dez facadas no peito largo.

-Porra. - Fora o único que se ouviu saindo dos lábios de KyungSoo, que, inconscientemente, intensificou o aperto na cintura do maior de maneira que pudesse segredar seu pavor e repúdio.

ChanYeol acomodou-se num pranto amargo e estridente no mesmo momento, incapaz de vomitar qualquer coisa como fizera da última vez, visto que não existia mais nada para colocar para fora. Mas isso não o impedia de sentir o estômago revirando-se agressivamente dentro de si.

O Homem TortoOnde histórias criam vida. Descubra agora