Capítulo 40: Seguidores.

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Dentro da carruagem branca, olhos acompanham a partida do príncipe herdeiro e sua comitiva de seguidores, Bo estava partindo também. Desviando seu olhar ela registrou o rosto dos plebeus que a defenderam, internamente ela ficou agradecida, se não fosse por eles estaria lidando com a dor de cabeça chamada Ming Da e procurando meios para não entrar em conflito com a família real.

Uma voz infantil, mas madura, veio da carruagem:

-"Presentei esses plebeus que falaram em nome da justiça, com 10 taels de prata cada" Disse ela para um soldado que ali estava.

Após suas breves palavras, aqueles que tinham espantando o príncipe herdeiro agora estavam com um imenso sorriso no rosto, eles se ariscaram ofendendo um membro da família real sem querer nada em troca, queriam apenas defender alguém que estava sendo tiranizada por um garoto mesquinho e mimado. Já aqueles que estavam neutros ou defendiam o príncipe, estavam cheio de arrependimento e ciúmes de seus colegas, que agiram sabiamente defendendo a inocente garotinha.

São necessários 100 taels de bronze para conseguirem 1 tael de prata, ou seja, a recompensa de Li foi deveras generosa, um plebeu normal só consegue 5 taels de bronze por mês, seriam necessários quase dois anos de trabalho sem gastar nada para conseguir 1 tael de prata. aqueles que se absterão de sua opinião, ou eram contrários a garota nesse assunto, choraram de arrependimento alguns internamente, outros deixavam as margas lágrimas escorrerem em seus rostos, como uma triste cachoeira de angústia que gerava um lago depressivo ao seu redor. Logo um clima triste tomou conta do local, os únicos contentes eram aqueles que foram recompensados.

Os nobres que ali estavam gostaram do que ouviram, Li não os julgou, apenas foram ignorados por ela, uma atitude aceitável na opinião deles. Internamente eles estavam muito aliviados com a conclusão do conflito, se este pequeno incidente fosse para as vias agressivas de fato, temiam pelo futuro da cidade e de suas famílias. Agradeciam ao céus por evitar esse desastre.

Os plebeus recompensados se ajoelharam ao lado da carruagem:

-"Nós agradecemos a generosidade da senhorita, mas não podemos aceitar essa recompensa exorbitante, pois defendemos a justiça em nome do inocente acusado injustamente, como qualquer cidadão ético faria" Todos disseram em união.

Foi claramente um tapa na face de seus companheiros plebeus e na dos nobres que ali estavam. Alguns ficaram com o rosto vermelho de raiva, juntamente com lágrimas que escorriam de seus olhos, outros apenas abaixaram a cabeça e apertavam o punho e os nobres apenas concordaram com suas palavras. Pois os nobres eram os mais proáveis de parar as acusações do príncipe, mas nada fizeram. As palavras desses plebeus foi como um lembrete para eles, nobres devem manter a família real sã e não permitir que eles se tornem tiranos, mas nos últimos anos nobres vem perdendo poder e influência na cidade graças as atitudes despóticas do rei, nenhum nobre tomou a vanguarda para defender essa classe, pois acreditasse que os dois generais eram cegamente leais ao rei, pela atitude da jovem senhorita Li, parece que esta família ainda segue a linha da justiça e não esta cega pela lealde.

Esses pequenos herdeiros que aqui estavam, começaram a pensar em meios para se fortalecerem contra o despotismo cada vez mais recorrente nesta cidade, um laço estreito com a família Li se apresentou como uma esperança para estes nobres. Seus pais sempre estavam com dores de cabeça terríveis por causa da perda de poder e influência, esse conflito foi como um farol no meio de um nevoeiro, dando a direção para os viajantes perdidos. Tinham que apoiar os Li em seu caminho pela justiça.

A pequena garota estava alheia ao pensamento daqueles nobres, nem sabia que esse acidente foi como um esqueiro acendendo o pavio de uma dinamite, que explodirá no final.

Xanadu estava muito impressionada com as palavras desses plebeus, o que acabou ocasionando seu segundo olhar sobre eles, no entanto esses eram mais atenciosos e avaliativos do que o anterior.

-"São bem jovens pelo que vejo, mas mesmo assim conseguem discernir o branco do preto melhor que aqueles adolescente mesquinhos, que só pensam em favores e nada mais. Ofendem os grandes e poderosos sem medo de retaliações e o fazem sem esperar recompensas! Vejo pequenas pessoas que estão destinadas a se tornarem grandes seguindo os parâmetros da justiça. Ótimo, é realmente bom ver que ainda existem pessoas como vocês. Quero recruta-los à mansão Li, os senhores(as) aceitam?" a voz de Xanadu foi ouvida por toda aquela pequena praça.

Os homens e mulheres ajoelhados ali ficaram surpresos com a avaliação da garotinha sobre eles, ficaram ainda mais estupefatos com sua proposta. Trabalhar com os Li era uma das grandes aspirações dos plebeus, pois estes sempre foram gentis e recompensavam muito bem seus servos, além disso traria uma enorme honra para suas famílias servir alguém que daria a vida para proteger a cidade, desde os tempos antigos os Li eram completamente leais a cidade e a seus habitantes, isso não inclui a lealdade para com a família real, mas sim para o povo em específico.

-"A senhorita nos honra com suas belas e elegantes palavras! Seria melhor que um sonho trabalhar com pessoas tão nobres e honradas como a senhorita, humildemente aceitamos a sua oferta" disseram eles com lágrimas de alegria no canto dos olhos.

-"Boa escolha! A recompensa que lhes dei não será revogada, se apresentem na mansão Li no próximo final de semana e vos darei instruções de seus trabalhos" disse ela batendo uma pequena palma, sinalizando para a carruagem continuar seu caminho.

Logo a carruagem parte sendo escoltada por ferozes soldados.

-"Certifique-se de explorar o passado dessas pessoas, não quero espiões ao meu lado" instruiu ela a um guarda escondido.

-"Será feito como a senhora desejar" disse ele partindo para acatar a ordem de sua senhorita.

Dentro da carruagem Li estava de olhos fechados acariciando a pequena raposa em seus braços, o chão do veículo ainda estava todo sujo e melequento, sua única louça de chá estava arruinada ali também. Seu humor não era um dos melhores, pois odiava sujeira em seu caminho.

"O que planeja fazer com eles?" perguntou a raposa.

-"Um pequeno experimento, quero ver a capacidade mágica e marcial deles, se os resultados forem satisfatórios vou designa-los como meus guardas pessoais e quem sabe no futuro comandantes de minhas tropas pessoais, não quero depender apenas do meu pai, independência nos fortalecerá mutualmente" um pequeno sorriso brotou em seu rosto sereno, um sorriso cheio de sonhos e vontades.

Não esqueçam de favoritar e comentar : ).

Este foi um bônus, pois me senti inspirado hoje! Sábado terá mais.

Imperatriz Vermelha, a Conquistadora! (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora