A baby tiger in my house •Taekook•

Capítulo 33

A chuva caía tão forte que era possível ouvir o barulho alto quando a mesma colidia com o chão. A rua já estava com várias poças de água que talvez demorassem para dissipar. O céu não estava estrelado, os famosos "pontinhos brancos" que Taehyung tanto adorava admirar; tão escuro mais parecia que todas as pessoas de seoul encontravam-se dentro de um imenso buraco negro.

Nem mesmo a luminária de coelhinho do pequeno Kim clareava tanto o quarto quanto os relâmpagos que vinham um atrás do outro, era como ter um sol dentro do cômodo. O tigrezinho teria amado o clarão, já que odiava o escuro, não fosse pelo medo dos trovões ou o arrepio que os relâmpagos lhe causavam.

O corpo pequeno estava encolhido na cama, coberto por uma manta bem quentinha, além de que abraçava fortemente a pelúcia kookoo e chupava a chupetinha de urso como se fosse um delicioso picolé, mas nem mesmo isso era capaz de o tranquilizar.

Embora chorasse por causa dos barulhos que machucavam seus ouvidos sensíveis, o medo não lhe permitiu se levantar e ir atrás de seu hyung, que naquele momento dormia tranquilamente como se nada acontecesse do lado de fora.

O híbrido tomou coragem e sentou-se na cama, esfregou os olhinhos molhados pelas lágrimas e procurou pela mamadeira com leite que Jungkook sempre deixava, afinal, o menino sempre acordava de madrugada pedindo ao mais velho um pouco da bebida, mas nem sempre conseguia o fazer despertar.

Mais um relâmpago clareou o quarto e um trovão estrondoso acompanhou, o pequenino apertou forte os olhinhos e abraçou a pelúcia mais uma vez, como se assim pudesse ser protegido.

Lembrou-se então de quando morava com Minhyuk, e que toda vez que chovia tanto assim ficava chorando sozinho pelo medo. No entanto, achou errado relembrar aquela memória, já que o avermelhado havia se tornado uma pessoa boa, então sacudiu a cabeça para afastar os pensamentos.

Já havia passado por muitas situações em que sentira medo, mas teve de ser um bebê corajoso para enfrentar tudo, e poderia fazer isso denovo. Ainda segurando a pelúcia de coelho, colocou seus pezinhos no chão e se levantou, pegou a mamadeira ainda cheia e devagar caminhou à porta do quarto e a abriu, o lado de fora estava um verdadeiro breu.

Não se intimidou, saiu do cômodo e seguiu pelo corredor escuro, só parando quando mais um trovão se fez ouvir. Seu choro ficou mais alto e, numa coragem proveniente do medo — o que era irônico —, saiu correndo até o quarto do mais velho, apenas o trovão que surgiu outra vez abafou o barulho de seus passos.

Passou por debaixo do cobertor, engatinhando até que sua cabeça fosse novamente vista do lado de fora. Abraçou o moreno tão apertado que, se fosse forte como ele, teria o esmagado tão fácil quanto uma paçoca se desfaz apenas ao tocá-la.

Foi questão de segundos para o Jeon acordar por causa do choro do pequenino. Ainda desnorteado, sentou-se no colchão e puxou-o para seu colo. Tentou cantarolar alguma música de ninar para que se acalmasse e, quando pensou que já parava de chorar, mais um trovão o assustou, fazendo-o voltar a derramar lágrimas.

—Não chore, bebê, o trovão é alto mas não vai te fazer mal. — Beijou a testa do menino e o deitou em seu colo, deixando a cabeça apoiada em seu braço e as pernas esticadas em suas coxas. — Por que não toma seu leitinho? Vai te ajudar a se acalmar.

—Faz dodói no meu ouvido e é sustador! — Passou as mãozinhas no rosto para tentar secar as lágrimas que ainda insistiam em escorrer.

—Sabe o que o hyung fazia quando era pequenino como você e tinha medo do trovão? — Taehyung não respondeu, apenas negou com a cabeça e esperou o mais velho continuar. — Inventava uma historinha na cabeça pra tornar a chuva algo legal. Que tal a gente brincar de que somos piratas e estamos procurando por ouro em meio a uma tempestade, onde um imenso monstro do mar tenta nos atacar e nós temos que lutar contra ele?