Capítulo 2

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Sou o único Davis vivo, meus pais se foram anos atrás, me deixando a fazenda com tudo que há nela, casa, animais, plantações, mais de cento e setenta alqueires de grama verdinha, terra e cascalho

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Sou o único Davis vivo, meus pais se foram anos atrás, me deixando a fazenda com tudo que há nela, casa, animais, plantações, mais de cento e setenta alqueires de grama verdinha, terra e cascalho. Um paraíso em volta de colinas, um bosque de carvalhos e uma praia no final do terreno.

Ganhei o título de melhor vendedor de gado da região, sendo bem-sucedido no ramo, mantendo uma vida estável e... solitária. Sou apelidado em Buttervale de "cowboy solitário", porém minha cama quase nunca está vazia ou fria, pelo contrário, se mantém quente com casos remotos, mas há dias em que o frio predomina e a toma de jeito.

Nem sempre foi assim, me apaixonei avassaladoramente no auge dos meus vinte e tantos anos, Kay era uma moça linda, uma garçonete da única lanchonete do vilarejo. Nós namoramos, casamos, não tivemos filhos porque a saúde dela não permitiu, mas, mesmo assim, vivemos felizes, não nos deixamos abater por este detalhe, pensávamos em adotar uma criança quando ela morreu.

Uma ferida abriu-se profundamente no meu peito, tão forte que não me permitiu me envolver seriamente com mais ninguém. As moças que ora ou outra apareciam, nunca tiveram nada de mim além dos lençóis.

Não sei mais lidar com sentimentos, acho que perdi quase todos eles.

Tenho alguns princípios, jamais me envolver com comprometidas, jamais fazer promessas. Mas isso não impede de algumas tentarem permanecer ao meu lado, me visitando na esperança de conquistar o meu coração algum dia, como Hannah Palmer, a atendente da lojinha do posto de gasolina.

Hannah, não consegue disfarçar que é perdidamente apaixonada por mim, mesmo sabendo que a sua paixão não será correspondida. Quando estamos juntos, é visível que no fundo do seu ser há uma chama de esperança de ficarmos assim para sempre, como agora.

Nós acabamos de fazer sexo, ela repousa em meu colo, com a cabeça sobre o meu peitoral, observando o meu rosto com brilho nos olhos, enquanto eu me sinto vazio, com o olhar distante, lembrando da falecida. Seguro uma garrafa de cerveja em uma das mãos, bebendo para apaziguar a minha velha dor silenciosa, que permanece viva ano após ano, incessantemente.

Uma parte de mim é tristeza, a outra é trabalho. Vivo apenas para trabalhar, e ser feliz não é uma prioridade. A vida não precisa ser feliz ou triste, ela só precisa ser vivida, se haverá sentimentos ou não, as pessoas é que decidem.

— Que tal sairmos no fim de semana, abriu um novo restaurante no vilarejo — Hannah sugere, com um sorriso no rosto.

— Não vai dar, tenho que fechar a venda de algumas cabeças de gado — minto, a verdade é que não me abro para qualquer tipo de lazer.

— No final de semana? — Ela estranha.

— Sim, você sabe que não fico de folga.

— Porque não quer, você é o seu próprio chefe, Gerard — afirma, levantando, mostrando as suas curvas, vestindo sua roupa, notando a minha desculpa esfarrapada.

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