purple love; namjin.

6- End of sadness?

                         
  Narrador

Kim Namjoon saiu de seus pensamentos rapidamente. Percebeu que precisava parar de voltar seus pensamentos ao passado. Não tinha a necessidade de se sentir mal por aquilo, não mais. Anos haviam se passado, porém a promessa ainda estava de pé. Mesmo que tivesse crescido o suficiente para isso, seu cabelo continuava roxo. Sempre pintava frequentemente, para a raiz não ficar totalmente preta. Toda vez que pegava o tubo de tinta, seus olhos ficavam molhados e ele desabava, lembrando de tudo novamente. Talvez fosse por isso que estivesse tão pensativo: pintara o seu cabelo poucos dias atrás. Mas também poderia ser apenas a saudade atacando-o novamente. Já não bastava em seus pensamentos que tinha antes de dormir, agora também estava em todos os lugares. Ultimamente, todas aquelas sensações vinham mais fortes e muito mais intensas. Queria se livrar delas, porém não sabia como e também não sabia se tinha um jeito de fazer com que isso fosse possível.

Provavelmente eles seriam conectados por toda a vida, mesmo não querendo aquilo. Todos os momentos apenas os fizeram se unirem cada vez mais e, apesar de não saberem onde o outro está hoje, sentem aquele mesmo amor de antes. Estava intacto, era impressionante. Obviamente tentaram se relacionar com outras pessoas, mas perceberam que elas nunca seriam como os dois. Seriam apenas para um momento de carência e nada mais, pois ninguém fazia seus corações baterem como fizeram naquele dia em que praticamente se beijaram. Era uma energia totalmente diferente que apenas estava adormecida por enquanto, devido as circunstâncias e a separação, mas morta era a última coisa que estava. Eles ainda podiam a sentir, era como se ainda estivessem juntos, mas não fisicamente. Suas almas estavam próximas, era uma coisa muito mais além do que um simples toque. Era amor. Uma coisa que poucos entendiam. Necessitavam um do outro sempre, mas não necessariamente em sua forma física.

Nas poucas coisas que faziam, até elas faziam-os se lembrarem um do outro. Por mais simples que fosse, sempre pensavam coisas do tipo "queria que ele estivesse aqui, ele era realmente bom nisso", etc. Não estavam errados, afinal, foram anos de interação e brincadeiras e perder tudo isso de uma hora para a outra não era nada fácil. Teriam que se acostumar a não ter mais aquela mesma coisa de antes e apenas precisavam ter confiança e persistência na promessa em que fizeram. Todos os dias pediam aos céus para que ele os trouxesse para perto novamente. Para que estivessem juntos. Nada daquilo deveria ter acontecido. Se indagavam o porquê de a vida ser tão injusta e horrível quando o assunto é separar-nos das pessoas que importam. Era como um simples nada para ela, simplesmente laços eram cortados e só sobreviveriam apenas aqueles que fossem os mais fortes e resistentes, os laços quase inquebráveis. Os dois tentavam todos os dias fortalecer isso, por mais que fosse difícil e árduo. Ainda existia uma pequena esperança, mesmo que lá no fim do túnel. Ela sempre existiria.

Dias poucos coloridos se aproximavam, cada um deles perdia a cor gradativamente, pois não possuíam a sua amizade mais, não do seu lado. Mas sempre que sentiam assim, olhavam para seus cabelos e aquela cor roxa fazia tudo ser significativo novamente. Fazia toda a batalha valer a pena mais uma vez e dava as forças necessárias para que pudessem pisar em mais espinhos apenas para ter sua rosa novamente. E, assim, todas as cores do arco-íris foram desaparecendo, até que se viam vivendo apenas pela roxa. Nada fazia sentido mais, viviam apenas uma rotina cansativa de "trabalho-casa" e "casa-trabalho". Apenas queriam que a fenda em seus corações fosse fechada pela presença de seu amor. Sabiam que não iriam desistir, mesmo que a situação fosse das piores, a mais horrenda que pudesse se imaginar.

Seokjin se encontrava no sofá de sua casa, apenas olhando para o teto enquanto o seu celular estava em cima de sua barriga. Tinha vontade de gritar, porém isso não iria fazer. Já fazia tempos desde que tudo aconteceu, mas sempre estaria marcado em seu coração, cada coisinha. Seu querido e eterno "Joonie" era o motivo pelo qual o universo em seus olhos ainda brilhava diariamente forte e poderoso. As estrelas que ali continham eram incontáveis, assim como o amor que tinha em seu peito. Se sentia bem quando pensava em tudo o que passaram, mas era exatamente o contrário quando pensava nessa mesma coisa, mas negativamente. Mas era uma das fases de seu relacionamento com ele, não havia como esquecer e muito menos deixar de lado. As batalhas eram necessárias para se construir o resultado desejado e ele batalharia com cem mil pessoas para ter o abraço do seu verdadeiro amor. E com certeza faria isso mais de uma vez, quantas vezes fosse preciso. E, mesmo que perdesse a luta, pelo menos saberia que teria tentado por ele. Apenas ele e nada mais.

Já Namjoon estava em seu escritório, pensando naquele que sempre estava em sua mente. Não conseguia fazer outra coisa a não ser pensar no branco sorriso dele e das palhaçadas que fazia constantemente. Sempre sorria com suas piadas totalmente sem sentido e seu humor um pouco avançado para a sua idade, para não dizer "humor de velho". Poderia fazer uma lista de quantas piadas sem graça alguma ele fazia por dia, porém ele ria, não por conta de não querer que a situação fique mais sem graça ainda, mas por conta do sorriso do outro. Ele era realmente contagiante, daqueles que ninguém pode viver sem se vir uma vez na vida. Daqueles que você se prende e não quer mais se soltar. Ele achava isso muito clichê, mas era a verdade, pelo menos para o Kim mais novo.

Se pudesse, largaria toda a vida que tinha apenas por ele. Faria loucuras e coisas que ninguém mais faria por ele. Era assim que se sentia quando o amor era verdadeiro? Não sabia, mas era algo muito profundo e que não podia ser explicado por métodos normais, apenas pelos próprios que sentiam aquilo. Mas sabiam que o destino trabalharia a seu favor. Os dias de tristeza estavam no fim. Era isso o que esperavam, pelo menos.