Kim SeokjinFranzi o cenho e esfreguei os olhos, na tentativa de ter certeza de que estava vendo a coisa correta. Me belisquei e tive cem porcento de certeza que não estava mais sonhando. Eu me sentia estranho, não sabia o que realmente deveria fazer agora a não ser observar aquilo. Era uma coincidência muito grande para ser verdade. Talvez seja um sinal de que ainda há esperança para meu amor, para nós. Também pode ser algo relacionado à ele. Será que ele está bem? Não sei se é um sinal bom, porém espero que seja. Iria voltar a dormir, mas, quando tentei me virar para adentrar meu quarto novamente e finalmente deitar na minha fofa cama, uma voz misteriosa sussurrou em meu ouvido uma coisa que me arrepiou por completo.
— Ele está te esperando. Siga-me! — Sentia a presença da coisa por perto e não era algo muito agradável. Me virei, mas não havia ninguém presente. — Está esperando mais o que? Já não há sinais o suficiente para você fazer o que estou te pedindo?
— O que é você? — Incrédulo e com a fala trêmula, me pronuncio com hesitação. — Porque com certeza não é uma coisa do bem. Por que se importaria tanto a ponto de vir até a minha casa apenas para pedir para que eu te siga?
— Razões maiores, acima de vocês, humanos, me mandaram até aqui para te convencer a ir. Você saberá o que eu sou quando sentir aquilo novamente. Pode ser confuso, mas você vai saber exatamente do que estou falando quando o momento chegar. E ele está mais próximo do que você pode imaginar, pequeno mortal. — Rodando por todo o espaço de meu cérebro, a voz continuava a dizer coisas que só me deixavam mais perdidos. — Agora você precisa ficar pronto, pegue o carro e me siga.
Mesmo me julgando por parecer um louco agora, apenas obedeci. Peguei um agasalho em meu guarda-roupa que fosse aceitável e então fechei as portas do móvel, causando um barulho consideravelmente alto para o horário. Sob passos lentos e cuidados, caminhei até a porta de minha casa, abrindo-a e dando uma última olhada antes de poder ir até o automóvel de uma vez. Tinha que ter certeza de como as coisas estavam, pois queria que estivessem desse mesmo jeito quando eu voltasse. Caso contrário, eu procuraria o autor dessa história toda até o inferno. Após destravar as portas, entrei no veículo e coloquei a chave, iniciando-o seguidamente. Um barulho que comumente ocorria se fez presente e eu então respirei antes de por minhas duas mãos naquele volante. Após fazer isso, apenas abro o portão da garagem e saio pelas ruas asfaltadas, seguindo a estrela, que era meu único guia possível e a única opção de quem poderia ter falado comigo naquele momento.
Sem sinal de vida nas ruas. Era noite, logo, as pessoas estavam dentro de suas casas e dormindo. Eu era um idiota por estar fazendo isso, senhor! Escutei vozes e agora estou seguindo-as...? Que ideia mais inútil. Mas, agora que já estava andando com meu carro, resolvi continuar. Não tinha as esperanças muito altas, mas continuei indo. Estava me afastando mais e mais de minha cidade. Estava preocupado, pois poderia me perder na volta, pois não sabia direito o caminho para minha casa, visto uma vez que eu nunca viera para essa outra parte ou para outras cidades, a não ser com meus pais quando nos mudamos. Não conhecia nada, mas a estrela me diria o caminho. Tinha um motivo pelo qual ela apareceu em meu sonho e eu estava querendo descobrir, mesmo não tendo muitas expectativas. Já que tinha chegado tão longe por conta desta coisa, algum resultado teria que me dar.
Os cenários eram completamente novos para mim. Se passaram anos desde que eu vim aqui pela última vez, muito tempo mesmo. Parando de prestar atenção nisto, eu pude notar algo que me deixou bastante assustado: aquele caminho era um pouco familiar. Eu estava voltando para a cidade de onde saí! A mesma cidade que me separou de Namjoon. Isso não podia ser mais uma coincidência. A estrela não poderia estar nessa mesma direção. Por favor, Deus, se for para acontecer um milagre, saiba que eu estou pronto para o receber. Acelerei um pouco mais, mas não o suficiente para exceder o limite de velocidade delimitado pelas placas e continuei olhando tudo ao meu redor. Tudo estava novo... Fazia muito tempo que eu não visitava isso. Com certeza aquelas casas nem existem mais e eu não sei ao certo se meu "ex-parceiro" lembra de mim. Nunca se sabe. Talvez por um conta de um trauma ele tenha se esquecido? Não sei, é tudo muito confuso e está invadindo a minha mente muito rápido.
Entrei em um bairro desconhecido e, como em toda a cidade, ele estava silencioso. O reconheci de cara: eu estava novamente aqui. No mesmo lugar. As mesmas memórias e os mesmos sentimentos. Eles voltaram com tudo quando eu vi as casas vizinhas. Elas pareciam abandonadas e estavam anunciadas para aluguel/venda. Eram as únicas de toda a rua a estarem vazias, o que era um pouco estranho, pois ali era o centro da cidade, então era um dos lugares mais "recomendados" para se morar em uma cidade. Resolvi entrar em uma das casas. Já estava aqui, então não queria perder tempo, não mais do que já perdi para chegar até aqui. Pulei o pequeno cercado e entrei naquele quintal, sentindo uma sensação nostálgica e mágica invadir o meu corpo. Não sentia isso há muito tempo. Deixando essas baboseiras de lado, apenas continuei a caminhar e não pude deixar de reparar nas empoeiradas paredes prejudicadas pela passagem de tempo. Infinitas brincadeiras foram feitas aqui, a inocência ainda estava presente.
Entrei na casa finalmente, vendo que haviam teias por todos os lados. Deve fazer muito tempo que ninguém vem até aqui limpar isto. Mas não era esse cômodo pelo qual eu me interessava, então segui o meu caminho até onde queria ir. Abri a porta e vi aquele cômodo vazio: era o quarto. O mesmo quarto em que fomos separados pela mãe dele. Seria tão bom se ele estivesse aqui agora.
— Ah, Nam... — Digo para mim mesmo, num suspiro.
— O que, Jin? — Aquela voz tão doce me responde e eu entro em choque, sentindo uma fria onda invadir meu corpo e o deixar logo em seguida.
Eu não sabia o que falar, apenas sentir. Depois daquilo, apenas corri para o abraçar e me perdi no tanto de lágrimas que chorei. Era tão confortante estar em seu abraço, novamente. Não queria mais sair dali, era a minha casa, sempre foi.
— Nam, eu não acredito que você tá aqui mesmo! — Quase grito, apertando mais o abraço.
— Sou eu mesmo, seu bobo! — Diz num tom choroso, como eu. — Senti muito a sua falta.
Depois dessa troca de palavras, nada mais precisou ser falado. Nosso abraço durou mais do que se podia imaginar e ele então me beijou carinhosamente e, dessa vez, não havia ninguém para nos atrapalhar.
— Aquela estrela estranha me trouxe até você.— Ele diz e eu sorrio. Eu sabia! Então era isso.
— Ela também me trouxe até você. Não sei o que ela era, mas agradeço à quem mandou ela. — Limpo o resto de minhas lágrimas.
Quando finalmente tivemos nosso primeiro contato visual profundo depois de anos, eu pude sentir a energia, a química. E só poderia ser explicada por uma coisa, apenas uma definição. Foi ali que eu percebi o que a estrela quis dizer, tudo se encaixou e eu agora podia entender tudo o que estava em incógnita.
Era o nosso fio roxo. Estávamos sempre conectados por eles, apenas ali vi que éramos realmente almas gêmeas. Eu o amava e agora não iria deixá-lo ir embora por nada.
— E então? Depois de todo esse tempo separados, acho que temos uma relação inteira para reconstruir e muita coisa para colocar em dia não acha? O que me diz? — Faz a proposta, com um sorriso no rosto.
Olhei apaixonadamente para ele depois de tanto tempo e ele já sabia a minha resposta. Ele sempre sabia. Sempre.
— Eu aceito. Vamos reconstruir tudo. Juntos!
- Fim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
purple love; namjin.
Fiksi PenggemarLogo depois de serem separados a força no auge da juventude por seus pais altamente conservadores, Kim Namjoon e Kim Seokjin pintam os seus cabelos da cor roxa, como um promessa de que, um dia, ainda se encontrariam novamente para continuar o que de...