Capítulo 1

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Bryan

A exaustão tomava meu corpo. Meus músculos pareciam que iam estourar de tanta dor. Havia acabado as filmagens de um filme há poucos dias, e agora estava começando a campanha publicitária de um que eu havia feito há alguns meses. Não queria ter ido a entrevista de ninguém, só queria paz, sossego.

Mas não, as pessoas achavam que Bryan Baxter era o invencível, – eu já até havia feito um filme com esse nome. Só que isso não significava nada. Não era invencível porra nenhuma e só queria paz. Assim que enfiei meu cartão magnético em minha porta, senti o celular vibrar no bolso da calça que usava.

Sério? Só podia ser mais problemas. Por uma noite eu queria deixar de ser quem eu era. Só um dia, ser uma pessoa normal, que não é procurado por várias mulheres só por ser bonito e o ator famoso, um dos mais bem pagos de Hollywood.

Queria ser um homem qualquer que as pessoas não virariam a cabeça para olhar. Ou que um maldito paparazzi estivesse escondido em todos os cantos de um lugar, para tentar pegar algum ato meu que me colocaria na boca dos sites de fofocas.

Eu não podia reclamar, pois ser ator era meu ganha pão. No entanto tinha dias que qualquer pessoa se sentia esgotada, e esse dia era o que eu estava vivendo. Na verdade há algum tempo eu já não me sentia tão feliz com o que fazia, só que não podia fazer nada.

Tinha contratos para cumprir, um futuro que já era traçado por um agente, e tudo mais. Porra! Eu precisava de férias... urgentemente.

Antes de me jogar sobre o sofá da sala, retirei a gravata e o casaco do terno que eu usava, deixei-os em um canto e descansei meu corpo sobre o móvel fofo. Fiquei olhando para o teto, enquanto pensava na vida.

Eu estava infeliz, não podia negar, sentia falta de algo que nem sabia explicar. Só queria sorrir de forma que não fosse forçada, mas como fazer isso se a única interação com o mundo externo que eu estava tendo, era com alguma atriz que fazia par romântico comigo, ou algum jornalista que queria me entrevistar, ou a porra de um apresentador de algum programa.

Estava cansado! Só isso... cansado... morto de cansado.

Ouvi meu celular vibrando novamente, e eu não queria olhá-lo, mas lá estava eu levando a mão até o aparelho e o tirando do bolso da minha calça. Era Amber, minha assistente pessoal mandando minha agenda do dia seguinte e exigindo minha confirmação para que ela soubesse que tinha recebido as mensagens. Após confirmar o recebimento, ela me desejou "boa noite" e parou de me perturbar.

Era isso, às nove da manhã eu já tinha um encontro marcado em um ensaio fotográfico para uma marca de perfumes famosas. Às duas da tarde era uma reunião de roteiro de outro filme que eu já estava cotado no elenco. E depois às cinco um chá da tarde em outro programa televisivo. Além de eu nunca esquecer que deveria estar sorridente para cumprimentar as pessoas.

Olhei em volta e me senti solitário, eu só queria ter alguém para conversar. Ok! Eu tinha meu melhor amigo, Sebastian, que não era do meio artístico, mas era famoso, então entendia meus problemas e sempre escutava minhas lamúrias, só que não era isso que eu queria. Eu provavelmente estava na crise dos trinta e cinco.

Àquela que faz com que nos sentimos inúteis e solitários. Eu era assim, não tinha uma mulher, não tinha uma família conquistada, e era disso que eu sentia falta. Era de ter alguém naquela mansão enorme me fazendo companhia, não um caso qualquer, uma pessoa que ficaria ao meu lado, que seria minha companheira.

Claro que eu tinha alguns casos, minhas fodas do dia a dia, porém essas não queriam nada sério e aí que as coisas complicavam. Eu nem as trazia para minha casa, as únicas pessoas que frequentavam aqui, era Joanna e Carmen – as mulheres que cuidavam da limpeza da minha casa.

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