Capítulo 4

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Megan

Estava finalizando um e-mail para um fornecedor, quando o telefone tocara. Pelo identificador pude ver que se tratava de Lily, mais cedo quando eu chegara, tive que repreendê-la por ter anotado o número de Carlie errado.

Ela me pediu tantas desculpas, que até fiquei me sentindo culpada por ter a repreendido. No entanto ela deu um jeito de entrar em contato com o jornal que Carlie trabalhava e conseguira o telefone da minha amiga, que eu já havia contatado e pedido para aparecer na empresa quando ela tivesse um tempinho.

No momento que atendi o telefonema de Lily pude confirmar que era exatamente a pessoa em questão que havia chegado e eu mais do que depressa autorizei sua entrada.

— Que merda aconteceu? — Minha grande amiga, boca suja, entrou na sala questionando.

Carlie era linda, de cabelos ruivos, uma boca desenhada, olhos claros e um gênio do cão. Eu a amava, o seu jeito de não levar desaforo para casa era o melhor. A conhecia desde que entendia por gente, perdemos os nossos dentes juntas, brigamos por causas de bonecas, por causa de roupas, afinal fomos criadas juntas.

Sua mãe era melhor amiga da minha, o que fez com que nos sentíssemos irmãs de sangue, ainda mais quando Carlie perdeu seus pais em um terrível acidente de carro. Ela passou a morar com a gente aos seus dezesseis anos e nós nos unimos ainda mais.

Carlie sentou na cadeira em frente a minha mesa e eu não consegui evitar falar:

— Por que não ligou direto no meu telefone para me passar seu novo número, na verdade por qual motivo você trocou de celular?

Ela revirou os olhos, mas não demorou muito para me responder.

— Primeiramente, você sabe muito bem que não decoro número algum, muito menos o meu. Segundo, não pira, mas eu fui assaltada.

Por um momento senti que a respiração ficou presa e eu não conseguia levar ar aos meus pulmões. Como assim? O que havia acontecido? Será que tinham a machucado?

— Não faz essa cara, tudo bem? — Carlie, começou. — Eu me meti em um bairro não confiável para uma matéria, então pedi para que isso acontecesse comigo. Levaram meu celular e minha carteira, só isso. Não pira.

— Como só isso Carlie? — berrei.

— Eu falei para não pirar.

— Não tem como, quando eu descubro que minha irmã foi assaltada, e ela resolve me falar somente agora. Se eu não liguei no seu telefone, ou te mandei uma mensagem como todos os dias, por qual motivo você não foi me procurar. A Lily também não passou meu telefone para você?

Seu suspiro de irritação me deixava transtornada. Nós só tínhamos a diferença de dois anos, e Carlie me irritava muito, pois eu me sentia super protetora com ela, já que era a mais velha.

— Ela passou, só que não senti necessidade de te ligar ontem, Meg. Nossa! Você aumenta as coisas demais. Não foi nada.

— E se tivesse acontecido algo pior com você? — indaguei ainda irritada.

— Mas não aconteceu, para de levar tudo para um nível mais alto. — Ela novamente respirou e tocou no meu ponto fraco, que me faria esquecer minha ira completamente. — Como está meu pequeno unicórnio?

Eu queria continuar puta da vida, mas como eu podia? Falar de Abby mexia comigo, eu era uma mãe devotada a minha pequena, ela era o meu ponto mais fraco. Entregaria minha empresa a qualquer um, se fosse para salvá-la, mataria uma pessoa se fosse para deixá-la bem, moveria a Terra de lugar se fosse deixar minha filha segura.

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