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POV Teddy

- Aí Teddy, amanhã tu vai ter um puta de um B.O pra resolver- Barone falou pelo radinho

- Como assim?- perguntei sem entender

- Tua irmã ta triste pra caralho e você tem dedo nisso... Você e o Din - respondeu com a voz meio alterada, como se estivesse com raiva e eu senti meu coração apertar - como tu não conta pra tua família que você tem uma filha, Teddy? Tem noção de como a Iris ficou quando descobriu isso?

- Ela descobriu? Como ela descobriu?

- Ai eu já não sei! Mas ela sabe da Mel e da Maya...

- Eu tenho que ir pra casa conversar com ela!

- Não adianta ir agora, ela tá dormindo, amanhã vocês conversam, é melhor que ela vai tá mais calma também

- Beleza - passei a mão no rosto, nervoso - valeu, Barone! Boa noite pra ti.

- Boa noite pra você também.

É óbvio que omitir essa informação da Iris não ia dar muito certo, mas eu achei que fosse ser o certo a se fazer, já que ela não sabia de nem metade da minha vida. Contar tudo e jogar todas as coisas no colo dela agora seria como uma bomba.
Passei o resto da noite preocupado com isso e bolando um discurso pra tentar me explicar pra ela no dia seguinte.

POV Iris

- Bom diaa!- escutei meu irmão falar enquanto fazia carinho no meu cabelo

- Me deixa dormir mais- resmuguei, me embrulhando mais ainda no cobertor

- Ta tarde já, você não pode ficar o dia todo nessa cama

- Claro que posso- resmunguei de novo

- Bora Iris, levanta ai - bagunçou meu cabelo - quero dar um passeio contigo po- acabei me rendendo e sentei na cama, ainda despertando

- Um carro não quer me dar né?

- Você nem sabe dirigir!- cruzou os braços

- que pensa - soltei um riso anasalado e pude vê-lo fechar a cara - onde vamos?- perguntei analisando minhas roupas no armário, procurando algo para vestir

- Sei lá - deu de ombros - quero bater um papo contigo só, preciso acertar algumas coisas- na hora me lembrei do que descobri ontem... Agora tá tudo explicado.

- Ah, Barone fofoqueiro- resmunguei baixo

- Que?

- Nada! Eu disse que vou para o banheiro- sorri amarelo indo até o cômodo com minhas roupas.

Tomei um banho rápido, vesti a roupa e fui até o carro, seguindo estrada com ele. Durante o caminho eu só apreciava a paisagem, não fazia questão de falar nada, muito menos ele
Eu espero que ele tenha uma desculpa muito boa para me dizer o motivo de ter escondido isso por tanto tempo. Caso contrário eu só vou ficar com mais raiva.

- Chegamos- disse enquanto parava o carro numa estrada de terra, perto de uma cachoeira. Saltei do carro e me encostei no capô, ele fez o mesmo

- Sabe que eu tô mega chateada, né? Não só com você, com o Din também...- suspirei

- É, eu sei... Mas eu fiz isso na intenção de proteger todo mundo! Tanto minha filha quanto você e a mamãe!

- E não deu certo né! Olha só onde a gente tá! - elevei o tom de voz - você tem noção de como a mamãe ficaria feliz em saber que ela era avó? Como era um sonho dela?- escutei Teddy soluçar, ele estava chorando. Eu nunca tinha visto ele chorar antes.

- Me desculpa!- pediu em meio ao choro e meu coração se quebrou, eu não podia chorar agora, eu precisava dar carinho a ele

- Não chora! - o abracei - se não eu vou chorar também!

- Eu não sei como cai aqui, sabe? Eu não lembro. Só foi acontecendo e agora eu tô todo fudido, cercado por todos os lados- sentou no chão, apoiando as costas no carro e o rosto nas mãos. Eu me sentei ao seu lado

- Olha... Não vou mentir que ontem fiquei muito triste com isso... E eu ainda tô triste. Vocês mal falavam sobre a vida quando iam lá em casa, esconderam coisas super importantes. Talvez, se a gente soubesse do trabalho de vocês, a mamãe não teria morrido - suspirei - mas agora não tem como voltar no tempo né, a gente tem que se proteger, só isso...

- A mamãe não morreu, Iris.

- Como você sabe? - senti meu coração acelerar - você viu algo?

- Não sei! Eu só sinto. Tem alguma coisa que me diz que ela não morreu - suspirou e nós ficamos um tempo em silêncio - eu vou te ensinar a se defender, o que acha?- falou depois de ter se acalmado um pouco

- Útil, né?- sorri de lado e ele afirmou com a cabeça, se aconchegando mais ainda no meu colo

- Eu não queria que isso tivesse acontecido, nossa mãe sumiu por minha causa, o Din se embrenhou no meio do mato e não aparece também, eu tô destruido- desabafou

- Eu tô com saudade do Din

- Ele deve chegar logo logo, sábado é aniversário da Chiara, ele disse que voltava antes disso. Nem sei como vou explicar toda essa situação pra ele- se separou de mim passando a mão no rosto nervoso

- A gente da um jeito, agora é eu, você e ele pra tudo, não estamos mais sozinhos- sorri de lado e ele retribuiu

- Me desculpa, tá?

- Esquece isso - levantei do chão, passando a mão na minha calça pra tirar um pouco da poeira, meu irmão logo fez o mesmo - só não esconde mais nada, tá?- ele assentiu

- Me da um abraço - abriu os braços - eu não queria que você tivesse passando por isso tudo

- Não tô sozinha!- ele sorriu e bagunçou meu cabelo

- A Mel deve vir no aniversário da Chiara também, ela é uma graça, a Maya também- disse dando partida no carro

- A árvore genealógica de vocês é meio doida, né?- falei para descontrair e ele riu

- Então...- Teddy começou a me explicar toda história, desde o pai da Chiara que sumiu da vida da filha e apareceu depois, até a história dele com a mãe da Mel

- Meu Deus, muito confuso! A minha mente não acompanha- ri

- Depois de um tempo você acostuma- ele riu também

Chegamos em casa e eu fui tomar um banho, mais uma vez pensando sobre muitas coisas. Eu até que gostei dos amigos do meu irmão, dessa "família" dele. Com certeza o que mais me abala é a perda da minha mãe, por isso estou tão sensivel. Mas não vale a pena ficar com raiva deles, também estão passando pela mesma dor e culpa que eu.

rouge - gta rpOnde histórias criam vida. Descubra agora