Capítulo 1

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   - bom dia!- falo para o porteiro que parece ter uns quarenta e cinco anos e está prestes à tirar uma soneca sobre o balcão da recepção

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   - bom dia!- falo para o porteiro que parece ter uns quarenta e cinco anos e está prestes à tirar uma soneca sobre o balcão da recepção. Reviro os olhos quando noto que ele não vai responder o meu "bom dia" e continuo andando na direção do elevador.

   Affs! A caixa que estou carregando para meu novo apartamento está mais pesada do que imaginava que seria. Ela está cheia de pratos de porcelana, talheres e várias outras coisas frágeis que fiquei com medo de colocar no caminhão da mudança e eles quebrarem tudo.

   Caminho apressadamente pelo corredor iluminado, escutando as pessoas sussurrarem, cantarem e brigarem atrás das portas de seus apartamentos. Entro no elevador logo em seguida, querendo chegar na minha nova casa o mais rápido possível.

   Apoio a caixa contra a barriga e levo a mão até os vários botões enumerados de 0 à 14. O meu apartamento fica no... Em qual andar mesmo??

   Franzo o cenho e forço a memória, tentando lembrar em qual andar fica o bendito apartamento. Sexto andar? Sétimo? Oitavo?

   Oitavo!! Sinto uma familiaridade ao pensar nesse andar, então aperto no botão redondo com um grande oito nele. Coloco a caixa no chão e solto um longo suspiro enquanto espero um pouco até chegar no meu andar.

   O elevador faz um pequeno barulho, indicando que cheguei onde queria, então espero mais um segundo e observo a porta abrir automaticamente.

   Fico de cócoras para pegar a caixa do chão, enquanto meus olhos passeiam pelo corredor quase idêntico ao que acabei de cruzar no andar de baixo, mas no fim desse há uma janela de vidro com grades, por onde passa alguns raios de sol e o som familiar das buzinas de carro vindo do trânsito congestionado lá fora.

   Começo à andar rápido, mas com cuidado para não escorregar no piso de madeira super polido, enquanto olho para as portas de madeira com grandes números pintados de branco. 68, 69, 70... 74!! O meu apartamento é o 74!!

   Tento pegar a chave do bolso com a mão esquerda, mas isso quase me levou à deixar a caixa cair e fazer uma farofa de vidro e porcelana. Reviro os olhos para o nada e coloco a caixa no chão novamente, então pego a chave e destranco a porta.

   Solto um gemido de frustração ao olhar para a caixa aos meus pés, então cruzo os braços e empurro-a com o pé para dentro do apartamento, desejando nunca ter tido a ideia de trazer eu mesmo essa merda.

   Ergo a cabeça e olho pela primeira vez para minha nova casa, a sala não grande, mas é aconchegante e caixas empilhadas por todos os lados, onde estão escritas palavras como: livros, sapatos, roupas e copos.

   Meus pais compraram esse apartamento para mim porquê segundos eles "estou bem grandinho e posso me virar sozinho", embora a verdadeira razão de sair de casa foi por causa de uma discussão em relação à minha sexualidade.

Quando Tudo Desaba [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora