(Harry)
“Inês” aparecia no ecrã, com a mão a tremer premi o verde e atendi
‘Sim?’
‘Quem fala? A Sofia?’ a sua voz soou do outro lado, aquela voz que me prendera em Portugal. Devo ter ficado calado por algum tempo pois ‘Estou?’
‘Ah? Desculpa. Sou um amigo dela, ela teve um acidente e está no hospital’ era tão constrangedor dar-lhe aquela noticia, eu não conhecia Sofia e contudo tinha de dar más noticias à sua amiga, a mesma por quem tinha ficado fascinado dois meses antes
‘O quê? Mas ela está bem?’ o seu tom tornou-se extremamente preocupado
‘Sim, ela não teve nada. Vou mesmo agora ter com ela, queres esperar e eu passo-lhe o telemóvel?’
‘Não, deixa estar eu ligo à Maria, obrigada’ preparava-se para desligar e eu só queria continua a ouvi-la a falar ‘Ah! Por favor não lhe digas que telefonei’
‘Hum, está bem??’
‘Inês, e tu és?’ “Inês”, difícil, mas lindo
‘Harry? Decidi não dizer o apelido
‘Bem, obrigada Harry. Adeus’ despedi-me e desligamos. Entrei no elevador e subi, procurando depois o quarto que a recepcionista me indicara. Quando me aproximava vi Louis ser empurrado numa cadeira de rodas por um enfermeiro na mesma direção em que eu ia
“Louis!”
“Harry!” corri até ele
“Estás bem?”
“Sim, é só um braço partido e uns pontos na cabeça, não te preocupes. A Sofia?”
“A menina Mendes já está no quarto” respondeu o enfermeiro “Mas vá com calma, ela estava em estado de choque, pode ainda não falar”
“Obrigada” agradeceu Louis e levantando-se da cadeira entramos no quarto. Numa das camas encontrava-se uma rapariga sentada. Os cabelos curtos e escuros tapavam-lhe o rosto e só quando ouviu o barulho da porta fechar levantou o olhar. Os olhos eram igualmente escuros e era realmente bonita como Louis descrevera.
“Louis” sussurrou fazendo com que este a fosse abraçar
“Estás bem? Não te magoaste?” escondia o rosto no seu peito com as lágrimas a formarem-se
“Não, já tu...”
“Isto não é nada” sorriu-lhe “São só uns arranhões, passa já” limpou-lhe as lágrimas “Não chores por favor, tens a certeza que não te dói nada?”
“Sim” só então pareceu dar pela minha presença “Oh, o Harry está aqui” murmurou e eu ri-me
“Olá, deves ser a Sofia que o Louis tanto fala” aproximei-me e estendi-lhe a mão
“Parece que sim” corou. Nesse momento bateram à porta e três raparigas e uma mulher entraram
“Sofia!” correram a abraça-la
“Como estás?” foi bombardeada de perguntas e começou a responder sempre com um tom baixo e pausado
“Oh, desculpem nem os vi” a senhora que devia ser familiar de Sofia chegou-se ao nosso alcance “Estão bem?”
“Eu não estava no acidente” esclareci
“E eu estou bem, obrigada”
“Esperam aí, são o Louis e o Harry ou eu estou a sonhar?” uma das amigas de Sofia, de cabelos pretos lisos e branquinha, olhava-nos com admiração
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Cinco para Cinco (Em Pausa)
Fanfiction"Todos os tesouros do mundo não valem um bom amigo" (Voltaire)