Capitulo 8

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(Inês)

‘Não mãe, não volto’

“Mas o que se passará?” interroguei-me, após lhes traduzir a falas de Sofia na tentativa de acalmar Louis

‘Eu preciso deles para ultrapassar isto. A minha avó morreu há quinze dias e nos últimos dias é graças a eles que me levanto e ultrapasso mais um obstáculo. Não me obrigues a voltar, peço-te!’ Sofia começou a chorar e pelas suas palavras percebi qual seria o assunto. Depois do sei discurso sofrer uma pausa, voltou a fluir com alguma dificuldade ‘Adeus, logo volto a ligar para saber a tua decisão. Beijinhos’ observei-a a pousar o telemóvel e a limpar as lágrimas que ainda caíam.

(Sofia)

Levantei-me e aproximei-me dos meus companheiros, reparando na preocupação que os seus rostos espelhavam

“O que se passou?” perguntou de imediato Louis

“Para já nada, tive apenas que tentar explicar à minha mãe o que aconteceu no dia do acidente” olhei para Liam “A desforra vai ter de ficar para outro dia” sorri

“Estás-“

“Sim, estou bem” interrompi Inês calculando a sua pergunta “Agora tenho de ir ter com a minha tia”

“Queres que te leve?” perguntou Tommo

“Não, ela trabalha aqui perto, vou bem a pé. Obrigado na mesma!” sorri

Naquele momento tinha consciência que ninguém acreditaria na minha desculpa, mas sinceramente queria apenas demover a minha mãe do seu objetivo

“Inês, peço-te que fiques e que tomes conta dos meninos” brinquei

“Assim farei” respondeu

Aproximei-me de Liam e despedi-me com um beijo tal como a Inês. O meu ato para o Louis foi o mesmo, no entanto ele abraçou-me e sussurrou

“Fica bem”

Sem proferir qualquer som ausentei-me. Já longe olhei-os pela ultima vez e acenei “Adeus”. Depois voltei-me de novo para a frente segui o meu caminho.

(Inês)

O Liam olhou-me e tentou encontrar nos meus lábios um explicação para aquilo tudo

“Liam, não olhes assim para mim, eu não sei mesmo o que se passa. Quando ela estava ao telemóvel só percebi que ela estava a gritar que não queria voltar, para onde não sei, porquê também não... só nos resta esperar. Mas, se bem conheço aquela rapariga vai querer resolver o problema sozinha e, sim, depois contar-nos-á o que aconteceu”

“Mas assim não podemos ajudar!” comentou entristecido Louis

“Com o tempo vão perceber que o facto de se sentir independente é uma forma de se proteger do mundo”

“Proteger, porquê?”

“A única pessoa em que Sofia confiava plenamente era a avó e desde que ela faleceu perdeu um ponto de apoio”

“Nunca percebi essa história do acidente muito bem, só pelo o que li, mas tenho a sensação que ela se sente culpada” Liam interveio novamente

Olhei Louis que através do seu olhar me comunicou o profundo conhecimento que tinha sobre esse assunto, mas nem uma palavra proferiu. Por isso, tentei eu dar uma explicação a Liam

“A Sofia teve um acidente muito grave no Porto, em Portugal, quem a acompanhava era a avó. Ela sobreviveu sem qualquer mazela grave, já a avó não resistiu ao impacto. Tudo isto aconteceu apenas há 15 dias. Por agora as feridas ainda estão a cicatrizar, mas com o tempo ela voltará a ser a pessoa que era”

Cinco para Cinco (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora