A fome lhe tomava a consciência de um ser racional. Desejava e queria dar um fim a dor que seu corpo fazia, lhe avisando que estava morrendo.
Ele estava no limite, coitado. Não tinha culpa se seu corpo pedia pra ser saciado por algo que ele não tinha, nem seu amigo que estava ao seu lado dormindo.
A faca em sua cintura, machucava sua pele, dando um pouco de racionalidade para aquele ser que a qualquer momento podia perder sua alma por um coisa tão banal.
Mas algum milagre tinha que acontecer, precisava acontecer. Mas tem que ser rápido. Oh! Tarde demais.
Ele tirou lentamente a faca afiada de sua cintura observando seu reflexo na mesma, e antes de pensar duas vezes rasgou a garganta daquele que estava ao seu lado.
O olhar de medo abriu, antes mesmo de morrer viu o seu próprio sangue descer pelo rosto daquele que tinha por amigo mais íntimo.
Ele viu sua própria perna ser perfurada e comida.
Para alguém que por acaso, estivesse a ver aquela cena, com toda certeza saberia que o ser humano nunca foi racional.
Era um ser como qualquer outro, afim de sobreviver, e derrubaria e faria o possível e impossível para estar no topo da cadeia alimentar.
Tal ser, uma vergonha. Tal criação não deveria existir. Um erro na matriz.
Como podia os próprios se denominar melhores que aqueles tantos outros seres, que também pelo acaso, só querem sobreviver.
Só sobrevivência, sem racionalidade, sem pensar duas vezes, sem dó, sem consciência.
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Entre Universos
Short StoryO universo de cada um é diferente, inclusive em suas mentes e almas. A luz e sombras, puritanismo e desejo, o sexo e a virgindade, a morte e a vida, tudo tem o oposto para se compôr.
