Arranque e Queime

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A fogueira abaixo de si, derretia sua pele a queimando, o cheiro de da fumaça a embriagando. Mesmo seu olho esquerdo saindo de órbita descendo pela sua face não incomodou a própria.

Mas seu filho mexia em seu ventre pedindo salvação. Eles percebiam mas não estavam afim de salvar a ela e muito menos seu filho que desceu pelo meio das suas pernas chorando.

Os gritos de seu filho féria seus ouvidos e suas orações interrompidas.

Ela não é uma bruxa. O filho dela foi feito de uma bruxaria. Matem o menino. Matem o menino.

Arranque seu coração e jogue o no fogo e vejam ele ser consumido pelas chamas.

Mas a anciã sabia que mais cedo ou mais tarde outro viria para acabar com aquela vila amaldiçoada. Por isso, retirou o menino das chamas, cuidando dele e falando a frase que todos temiam na vila:

- Servirei a ti pela eternidade, aceito tua sentença.

Eram palavras mágicas para que fosse possuída por ele.

Ele trouxe o caos no cais com suas legiões de demônios marítimos, e em terra o fogo que consumiu várias de suas discipulas, consumirá aqueles descendentes que as queimou.

A última vila que foi consumida pelo fogo. A única em que só teve um sobrevivente.

Ele, o bebê com alma de um arcanjo cheio de ódio, aquele que traria enfim, o fim da humanidade e seus feitos.

Coitados, sofreram pelos mil anos em que ele ficou preso.

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