Never Be Alone

Capítulo 2.

Já se passaram os dois dias para o começo das minhas aulas na faculdade. Ansiosa? Sim. Animada? Um pouco. Com medo? Bastante. Tive medo das pessoas e fui muito tímida a minha vida inteira, e não me pergunte o porquê disso, eu também não sei. Tive um final de semana normal, fiz compras no mercado e até passei na Ikea para comprar alguns itens para a decoração do meu apartamento, assisti algumas temporadas de Friends e andei um pouco na praia. 

Tive pesadelos de noite, e acordei assustada com meu alarme,  automaticamente deixando-o no modo soneca. Acordo cedo todos os dias, normalmente 6:30 a.m., mas hoje levantei quase 7 a.m. Tomei um banho rápido, sequei o cabelo e passei um pouco de maquiagem. Peguei a camiseta estampada que comprei no shopping, um shorts rasgado e meu vans. Estava quase pronta, eu queria chegar cedo para conhecer a universidade.  Tomei meu chá e comi uma torrada. Olhei e já eram 8 horas, peguei meu carro e dirigi até lá.

Era quase meia hora de viagem até lá, e como era muito cedo, a universidade estava fechada ainda. Esperei no carro até dar o horário para poder entrar. Como esperava, estava deserta. Falei com o zelador e ele me apresentou cada bloco, cada sala comum, o refeitório e as áreas verdes. Nesse ponto, a escola já estava cheia, e deu o horário para eu ir para a sala. Até agora, meu primeiro dia na faculdade estava indo bem, melhor do que eu esperava.

A aula estava ótima, amei a professora de prática instrumental, ela era gentil e engraçada. Mas, no meio da aula, pediu para que nos reuníssemos em duplas. E eu como não havia conversado com ninguém, fiquei sentada no canto da sala sozinha, até que um menino com sotaque canadense pediu se poderia sentar-se comigo. Fiquei sem jeito e não pude negar, ele me olhou de um jeito diferente, não de um jeito malicioso, ou esnobe, só um jeito meigo. Ele me parecia familiar.

Então, foi ai que lembrei que o vi no shopping, mas tinha algo a mais.

- Então, qual é seu nome? - Ele disse com aquele sotaque engraçado, puxando algumas letras.

Pensei em não responder, e dar uma de grossa mau-humorada mas simplesmente não consegui.

- Laura Smith, e o seu? - Disse muito envergonhada, e com a cabeça baixa.

- Bem, sou Shawn Mendes.

Minha ficha caiu. Agora eu lembro quem ele é.

- Aquele do vine? - Minha cara de espanto deveria estar exagerada demais, pois ele riu e fez que sim com a cabeça.

A professora chamou a atenção dos alunos, pois todos conversavam, bem, quase todos. Após um curto diálogo desajeitado, um silêncio mortal se instalou entre e Shawn e mim. A aula passou muito rápido e logo que deu o último sinal fui para casa. Precisava pensar na vida, talvez conhecer o bairro melhor.

Sai para andar de bicicleta, e quando estava voltando para casa, o sol estava descendo e o céu ficando dourado, laranja e vermelho, uma das coisas mais lindas de se ver. Tenho que admitir que tudo em Los Angeles é lindo. Logo escurece e me apresso para chegar em casa.

No banho, começo à chorar descontroladamente. Outra vez tenho um desses "ataques" de lágrimas, que vem quando querem e não vão tão cedo. Passo mais de meia hora em baixo do chuveiro, tentando me acalmar. Finalmente me acalmo e sinto que posso sair do banho. Vejo que já é 9 p.m. e tenho que fazer a tarefa, que acabou sendo mais demorada do que eu esperava. Faço um smoothie e vou ver um pouco de TV. Faço minhas higienes e deito para dormir.

A última coisa que penso é na faculdade. Quero terminá-la bem, assim poderei seguir meu sonho.