- Hey!
- Oi...
- Ah não, o que foi, Srta. Sorriso Brilhante?
- Eu que lhe pergunto: o que houve contigo? Você andou sumida, Srta. Estranha!
- Own... Eu preocupei você?
(Tapa no braço)
- Ai!
- Para de brincadeira, palhaça.
- Aff, tá bom, tá certo...
(Silêncio)
- Srta. Estranha, eu gosto de você, mas tu tá tirando a minha paciência!
- Mas credo, tu tá estressada por quê?
(Sentam lado a lado)
- Você evaporou! Por meses!
- Ah... Isso... Eu tive alguns problemas técnicos.
- Explique-se agora antes que eu te bata.
- É uma história longa.
- E? Tô nem aí. Tenho tempo.
(Suspiro)
- Certo... Você se lembra da nossa última conversa, certo? Mesmo após o teu belíssimo conselho, eu acabei caindo feio. Me perdi de mim mesma, e dessa vez foi pior, já que eu acabei te perdendo no processo. Não consegui te chamar de volta. Eu entrei em um torpor horrível, onde eu não sentia nada e, quando eu sentia, eram um bocado de emoções negativas, liberadas por gatilhos que me lembravam tudo que eu havia perdido, inclusive minha capacidade de sentir algo bom...
(Silêncio)
- Por que você não conseguiu me chamar antes?!
- Porque já não éramos mais as mesmas pessoas de antes. Mas eu consigo agora.
- E por que só agora?
- Porque agora somos outras pessoas, e eu consegui me reconectar contigo. Eu caí feio, mas lentamente consegui me encontrar de volta. Tive algumas ajudas, óbvio. Mas o Sol começou a brilhar de novo e eu agora estou sentindo muito mais do que antes. Eu tô aqui, agora.
- Bem... Admito que eu também não sou mais a mesma de antes... Eu compreendo que você tenha precisado se afastar, apesar de ter ficado chateada com isso.
- Desculpa por preocupá-la, de verdade. Agora você vai precisar me conhecer de novo, hein.
- Devo te renomear será?
- Acho que faria sentido um novo nome para uma nova eu.
- Que tal Srta. Sumida?
- Haha. Você continua uma piadista de primeira, Srta. Sorriso Brilhante.
- Ah, obrigada! Que bom que notou.
- Certas coisas nunca mudam: como o teu sarcasmo.
(Risadas)
- Ok, mas falando sério, que tal o nome Srta. Ensolarada?
- Por que diabos Srta. Ensolarada?
- Porque eu não sou cega, teus olhos estão cheios de luz e calor de novo, só que ainda mais brilhantes.
- Ah... Então gostei. Meu olhar é de derreter, né?
- Não força, Srta. Ensolarada.
- Você me ama.
- Certo, certo, certo. Agora, pare de me encher o saco.
- Não vai me contar o que aconteceu contigo durante esses meses?
- Eu? Eu não tenho nada à contar.
- Mesmo, é? Ar aéreo, sorriso à espreita no canto dos lábios, olhinhos iluminados, cabelo novo...
- Como que tu nota tudo isso?
- Esse segredo tu já sabe desde que nos conhecemos: sou observadora pra caralho.
- Tu é muito exibida, isso sim.
- Hm, tá mudando de assunto. O que você está escondendo de mim?
- Eu não estou escondendo nada!
- Mudou de assunto e se agitou agora. Você está, definitivamente, escondendo algo.
- Você. É. Muito. Chata.
- Que tu ama, eu sei, eu sei. Agora... Qual a novidade?
- Cacete, tu não vai desistir não?
- Hm... Não.
- Tá.
(Silêncio)
- ME CONTA!
- Talvez na próxima.
- Não.
- Sim.
- Falaaaaaaa...
- Ok! Tá bom! Eu conheci alguém...
- Sabia! Quem? Quem? Quem?
- Não interessa.
- Tá na cara que interessa sim.
- Eu te odeio.
- Nem tu acredita. Mas ok, tu está caidinha por alguém.
- É, talvez.
- Bochechas vermelhas não são só um "talvez".
- Quer parar, Srta. Ensolarada?!
- Não, eu tô adorando. Mas me fala: essa ao menos te merece?
- Como assim?
- Eu te conheço, teu coração foi partido em milhões de pedaços, assim como o meu. Uma alma que já foi quebrada sempre identifica outra que também já foi, Srta. Sorriso Brilhante. Então, a pergunta é se a pessoa te merece, porque você é simplesmente incrível e merece todo o amor do mundo.
(Silêncio)
- Eu acho que sim. É diferente dessa vez. A pessoa não teve medo de ficar, quis tentar e não me considera uma segunda opção. É diferente de todas as outras.
- Então, Srta. Sorriso Brilhante, parece que você finalmente encontrou alguém capaz de compreender que você é tão única que ela não pode deixar você escapar.
(Sorrisos)
- Esperamos que esteja certa, Srta. Ensolarada.
- Normalmente, eu quase sempre estou.
- Larga de ser convencida.
- Nah, tô bem assim.
- Idiota.(Silêncio)
- É bom estar de volta.
- Bom é pouco pra definir...(E olham o pôr do sol, juntas)
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Nothing Stay The Same
De TodoNada permanece igual para sempre. Mudanças vêm e vão e precisamos constantemente, nos adaptar. Sair desse ninho de acomodação pode ser a coisa mais difícil a ser feita, porém não é impossível, e é uma reconstrução do seu próprio mundo. Um novo luga...