Capítulo 5

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Louise River
(Revisado)

Eu não conseguia parar de pensar.

Jack Willer era o nome do autor dos meus pensamentos depois que me ajudou no dia anterior, ele segurou meus cabelos, acariciou minhas costas e ficou ali esperando eu vomitar, seu rosto não demonstrava pena e nem nojo, mas preocupação.

Por que alguém que mal me conhece estaria se importando comigo?

O resto do dia foi longo, e a noite mais ainda com uma dor insuportável na garganta depois de vomitar, era sempre assim, e só estava piorando, sempre que vomitava a dor voltava de novo e cada vez mais forte. Nenhum remédio estava começando a fazer mais efeito.

E mais uma segunda-feira se iniciava em direção ao hospital, olhava a paisagem do caminho enquanto minha tia Lore dirigia o carro, estava sentindo um pouco de dor, mas não queria que ela se preocupasse mais. O hospital ficava longe da nossa cidade e três vezes por semana precisávamos vim, a única coisa boa era estar perto de Diana, minha melhor amiga.

Quando tudo isso começou a vida da minha família se tornou uma loucura, quem diria que uma jovem saudável e cheia de vida descobriria um câncer quase mortal, que precisaria lutar para conseguir uma vaga no hospital que hoje sou tratada, gastar muito com remédios, e ainda sim permanecer com fé e esperança, eu nunca tinha total acesso ao diagnóstico certo do médico, sempre dizia que eu estava estável, ele apenas falava com meus pais ou minha tia, e eu sempre sabia que as notícias só pioravam.

Eu acho que deveria ir embora de uma vez e dar a eles a paz que merecem, eu estaria bem com isso, só não aguento mais ver eles sofrerem tanto por mim.

Fiz minha oração como de costume antes de sair do carro e desci com minha tia.

Eu já sabia exatamente para onde deveria ir, só queria encontrar Diana, conversar e sorrir um pouco com ela como sempre, era o único motivo que verdadeiramente tinha forças para chegar até aqui e ter mais esperança ainda, não só por mim, mas por ela também.

Voltando aos meus pensamentos com Jack, eu precisava admitir a mim mesma que era o homem mais bonito que já havia visto, a barba por fazer, alto, inteligente, músculos definidos e cabelos pretos e delicados, que me faziam ter vontade de tocar, seu sorriso era o mais lindo que já havia visto, e não entendia ainda porquê me ajudar naquele momento, porquê se importar se não me conhecia, se o tratei mal na primeira vez que o vi, se era um jovem bonito, atraente, rico e desconhecido que logo iria embora de novo para sempre, mas meus pensamentos voltavam sempre para ele.

– Diana! — Andei rápido em sua direção e logo ela abriu um sorriso.

Sua expressão era tão cansada quanto a minha, era a garota mais especial de todas e forte, muito forte com apenas 17 anos, já vivia com esse câncer há dois anos, e não imaginava o que ela já havia passado de pior que eu, mas continuava firme e forte, e quando pensava em desanimar eu dava toda minha esperança e fé para ela, para que sempre soubesse que não estava sozinha, que eu estava ali com ela, e Deus também.

– Lou! Senti sua falta como sempre! — Falou.

– Eu também, como se sente hoje? — Perguntei.

– Me sinto... tranquila. Fiz alguns exames hoje e espero que tudo fique bem logo, o meu médico me disse que eu ainda tinha chances...então por que não acreditar?

Diferente de mim, eu nunca recebia uma notícia dessas, é como se realmente fosse morrer, mas era muita coisa para digerir, a morte, mesmo com Jesus eu não queria ir agora, eu queria poder viver.

Eu costumava não tentar pensar sobre morrer, mas é quase impossível não falar e pensar e logo sentir um nó na garganta, uma dor no peito, um medo inexplicável, não por mim, mas por todos que eu amava principalmente, pelos meus sonhos e futuro, por precisar entender que eu não tinha controle sobre nada.

– O que se passa tanto na sua cabeça? — Ela perguntou com um olhar questionador.

Eu contava tudo a Diana.

– Há alguns dias atrás, bem, chegou um rapaz na minha cidade que é praticamente vizinho meu, ele não é de lá, e sim da cidade grande, mas está na casa da sua vó...e

– Ele é bonito, não é? Como ele é? Nossa, você tem que conhecer ele! — Diana falou animada me interrompendo.

Eu não podia negar para ela.

– Sim Di...ele é o homem mais bonito que já vi na vida, mas ele não é para mim, não só por causa da doença..., mas porque ele é um playboy rico e metido, que inclusive quebrou um dos meus jarros de flores! — Falei.

– Mas e então, vocês já se conheceram?

– Sim, ontem...teve um churrasco lá em casa e bem, eu estava vomitando sem ninguém ver, mas de repente eu senti alguém me segurar e ao mesmo tempo segurar meus cabelos, depois acariciou minhas costas e me deu apoio...sem pena ou nojo. — Falei.

Diana arregalou os olhos.

– Era ele? Nossa! Que sonho! Ele não é um playboy riquinho, talvez, ele só viva em uma bolha de pessoas ricas, mas acho que ele tem um ótimo coração, por que não o conhecer?
— Perguntou.

– Porque logo ao final do verão ele irá embora...e eu

– Tem medo de se apaixonar Lou. Eu te entendo. — Fala calmamente.

Se apaixonar? Com certeza não!

– Não! Eu tenho medo de ficar apegada, não me apaixonar, isso nunca aconteceria, é só que não quero perder algum amigo que fiz, então é melhor fazer nem amizade com ele.

– Sei...eu preciso saber de mais detalhes sobre vocês dois. — Falou sorrindo.

– Não terá mais detalhes Di, eu só preciso manter distância dele. E todo mundo ficará feliz. — Afirmei não só para ela, mas para mim mesma querendo acreditar nisso.

O resto do dia no hospital foi desgastante e cansativo, alguns novos exames e uma quimioterapia, e logo, logo meus cabelos não existiriam mais, aliás, nenhum fio em meu corpo existiria.

O pôr do sol ainda era lindo, e passei toda a volta olhando e admirando o céu lindo e azul, que as luzes do sol pincelavam lindamente em um tom amarelado quase laranja.

Talvez morrer não fosse tão ruim assim, eu estaria lá.

Ri por dentro com meu próprio pensamento idiota, e quando chegamos na frente de casa outra cena me fez admirar mais ainda e sentir meu coração acelerar.

E lá estava Jack.

O bendito estava sem camisa correndo por perto, ele realmente era o homem mais bonito que já havia visto!

E logo senti minhas bochechas queimarem o olhando.

Aí Deus!

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Ai Deus! Eu só queria um homem desses! ♥

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