Holy Shit

10° Família, Fernanda?

Ontem a noite chegamos na casa nova que segundo meu pai é na vizinhança das meninas. Era normal e pequena, provavelmente bem diferente da casa da Laura já que o tio Renato é cheio da grana.

Por falar na famosa, mais cedo fui acordada com uma mensagem dela dizendo que tava indo pro médico com dor de cabeça por causa do acidente, não entendi direito o que rolou mas lá fui eu pro hospital possivelmente passar vergonha com meu inglês.

-O que houve? - perguntei chegando na sala de espera vendo Laura e tia Carol sentadas.

-Meu pai bateu o carro ontem e minha cabeça tá doendo desde então. - disse baixo com a mão na testa.

-Só viemos por desencargo de consciência pra conferir se tá tudo bem. - sua mãe completou.

-Que susto menina, achei que você tava com uma fratura exposta e um nariz quebrado. - abracei forte minha amiga sentando ao seu lado.

-Obrigada por ter vindo Fer. - disse retribuindo o abraço.

Esperamos alguns minutos até que o doutor finalmente chamasse pra mostrar o raio x e a tomografia.

-Só pode entrar família, tem problema você ficar Fernanda? - tia Carol perguntou levantando.

-Pode ir lá tia, vou esperar vocês aqui.

As duas entraram no consultório quando vi Camila entrar pela porta.

-O que rolou? Cadê a Laura? - perguntou preocupada.

-Já fez exame e entrou agora pra falar com o médico, calma amiga, tá tudo bem com ela.

-Porra, que susto. - suspirou sentando.

-Eu sei, também fiquei com medo, mas amanhã ela tá melhor.

-Quem diria Nanda, você me acalmando e sendo a sensata.

-As coisas mudam né bebê? - me gabei sorrindo.

Laura e tia Carol saíram da salinha e aparentemente estava tudo certo, a dor era só do impacto mesmo.

Ufa.

Entramos no carro e nossa segunda mãe deixou Camila em casa, e em seguida euzinha. Hoje decidimos deixar a Laura descansar e se recuperar, o bom é que dava pra desfazer as malas e se organizar pra aula amanhã.

Me despedi agradecendo a carona e bati a porta do carro indo em direção à minha casa.

-CUIDADO! - uma voz masculina gritou.

Quando me virei pra olhar senti um impacto no braço. Uma fucking bola.

-Bela recepção. - reclamei esfregando meu braço que estava ardendo levemente.

-Nossa, me desculpa. Você é a brasileira nova né? - um menino moreno se aproximou.

-É, e parece que vocês gostam mais de futebol do que eu.

-Foi mal. - sorriu mexendo no cabelo.

-Tá de boa. Só mantém suas bolas longe de mim. - falei sorrindo e entrando em casa logo em seguida.

-E seu nome qual é? - perguntou gritando.

-Sem bolas por aqui moreno. - sorri batendo a porta.

Definitivamente eu não estava a fim.

-Quem era? - meu pai perguntou sem tirar os olhos do jornal.

-Ih, segundo round? Não era ninguém coroa. - falei indo pro quarto.

Entrei e tava o próprio caos. Mala, roupa, sapato, livros, tudo que se pode imaginar espalhado por todo o canto. Meu quarto em si era bonito, mas não dava pra ver com tudo isso tampando a beleza dele.