16° Banheiro, Fernanda?

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-E aí? Gostou? - papai perguntou ao me entregar um convite.

-Um congresso? Durante o fim de semana todo? - perguntei decepcionada.

-Não meu amor, não é qualquer congresso, aqui olha. - disse virando o verso do convite.

"Congresso Internacional da Música Clássica: uma lembrança da história que nunca morreu"

-NÃO ACREDITO, PAI ISSO É INCRÍVEL! - gritei pulando em seus braços. - Como você conseguiu? É tão caro.

-Não se preocupe com isso meu bem, só se preocupe em se divertir nesses dois dias. - disse me entregando um outro papel com o endereço do hotel que eu vou ficar hospedada.

-Obrigada, nem sei o que dizer. - abaixei a cabeça com os olhos marejados.

-De nada querida, espero que se conecte ainda mais com a sua mãe.

Mamãe amava música clássica.

Depois que ela faleceu, todos os dias sem falta, escuto alguns de seus vinis favoritos numa vitrola empoeirada. É quando sinto mais proximidade com ela.

De qualquer maneira, preciso correr pra arrumar minhas coisas já que o vôo é hoje a noite.

Queria que meu pai pudesse ir.

-

O dia passou voando, já estava na hora de ir pro aeroporto pegar o avião. Papai chamou um Uber e se despediu me dando um abraço apertado.

-Se cuida hein garota.

Entrei no carro e segui por alguns minutos até meu destino.

Depois de toda a burocracia do check-in e despache de mala, ouvi meu vôo ser anunciado na tela, mas de repente, a surpresa.

-Nanda? - avistei de longe o rosto mais improvável naquele momento.

-Lucas? O que você tá fazendo aqui? - o abracei confusa com a sobrancelha franzida.

-Ah, eu vou pra um congresso.

-Só pode ser brincadeira. - bufei.

-Não, é sério, é de música clássica.

-Ah não. - reclamei com as mãos no rosto enquanto jogava a cabeça pra trás.

-Ah não o que Fernanda?

-Nada Lucas, tô atrasada pra entrar no avião. Boa viagem. - me despedi já sabendo que o encontraria de novo.

Você me paga pai.

Sentei na poltrona do lado esquerdo e só teria uma pessoa ao meu lado, já que eu estava na janela. Pra minha sorte um cara sentou, e não era o Lucas.

Obrigada universo.

Sorri sem graça enquanto ele se ajeitava, quando o irmão da minha melhor amiga apareceu e se sentou.

Ao lado do cara.

-Pera aí, você vai pra San Francisco? - ele perguntou me encarando.

Holy ShitOnde histórias criam vida. Descubra agora