DICA Nº4: DESCRIÇÃO (PT. 02)

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BEM VINDO DE VOLTA, pequeno gafanhoto!

Como vai a sua vida, sua existência, seu ser? Iremos dar continuidade as dicas sobre descrição. Falaremos sobre como descrever cenas mais corriqueiras. Aquelas que sempre estão presentes, mas que nós não sabemos como passá-las para o papel.

Vamos lá!

Seu personagem acorda, faz a higiene matinal, um coque frouxo no cabelo, come apenas uma maçã não madura, vai no Starbucks tomar um café, esbarra no Jungkook e... ah, não, pera...

Essa é outra vibe!

Brincadeiras à parte, suponhamos que você queira descrever um acontecimento natural na vida de seu personagem (acordar, comer, cair, dormir, sair, cagar, etc). Como fazer?

A primeira forma e a mais usada é simplesmente listar os fatos por ordem de acontecimento. Mas eu tenho certeza de que você está aqui procurando algo diferente. Para isso, eu sugiro que você incremente algo em sua descrição.

Isso significa que ao invés de simplesmente listar as ações de seu personagem, você pode e deve fazer isso dando um sentido àquilo. Vamos contar novamente com nosso querido Thales (esse sofre) para nos ajudar a entender essa bagaça.

Imaginemos, então, que ele está acordando para o seu primeiro dia de aula na faculdade:

"Thales acordou, tomou café, pôs sua mochila nas costas e saiu para o primeiro dia de aula."

Mas cá entre nós, ficaria bem mal feito e preguiçoso, não acham? Uma vez ou outra é até aceitável, mas que tal melhorarmos isso?

"No silêncio da alvorada, Thales, nervoso, pensara com exaustão no dia seguinte. Era um mau costume seu. Desde sua última viagem à Europa com seus pais em 2009 e das coisas que esperava ver e fazer por lá, nunca mais parou. Suas expectativas para o amanhã, ainda que nada estivesse programado para acontecer, faziam-no perder o sono. Ele imaginara como seria o seu primeiro dia na faculdade. Como falar com as pessoas? Qual sua postura diante delas? Como seriam seus professores e as salas de aula? Preocupações de calouro. Nenhum chá ou semelhante era capaz de adormecer seus pensamentos. Quando finalmente conseguiu um instante de paz, seu despertador o tragou de volta aos seus dilemas. Era hora de levantar."

Fala sério, né, gente? Muito melhor que o anterior! E não foi necessário usar palavras super complicadas só para parecer intelectual. Geralmente, quando vejo pessoas dando dicas de descrição, elas tendem a usar palavras que um escritor iniciante desconhece.

No tipo de descrição acima, você pode, inclusive, lançar informações sobre o personagem e evitar o famoso "meu nome é fulano, tenho quinhentos anos, peso dois quilos e tô quase virando pó". Em um simples e pequeno trecho, de uma maneira super natural, eu revelei que Thales é calouro de uma faculdade, que viajou à europa, que chás e calmantes não funcionam com ele, que ele é inseguro e que passa muito do seu tempo viajando em sua mente. Olha quanta coisa nós já sabemos sobre ele?

Espero muito que tenha sido útil para você!
Até a próxima, gafanhotos!

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