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Estava chovendo pra caramba quando saí do Bake's. Corri até o ponto de de ônibus e entrei no 3120 que parava na Wolfs Stree. Durante os longos quinze minutos sentada na cadeira da janela, todos os sentimentos vieram mais e mais a tona, como cada misero dia da minha vida depois daquele desastre. 

Faço o caminho de todas as noites, passo em casa, tiro aquela roupa ridícula de garçonete que tenho que usar, e coloco um jeans folgado acompanhado de um moletom cinza e um all star branco surrado. Pego os vinte dólares habitual e me direciono a loja de conveniência da esquina, peço a garrafa de sempre e volto pra casa.

Dando mais um gole maior me viro para o enorme ponto de luz na minha frente e volto a falar.

Any: "Porque doí tanto?... Já faz dois meses... mas não passa, só aumenta." entre soluços e lágrima dou mais um gole. Eu chorava abraçada a uma garrafa na frente da lua todos os dias, ela era a única que eu conversava. Meu coração doía cada vez mais todas as noites e dias.

Any: "Eu... n-não aguento ma-mais!"

Dou o último gole e decido acabar com toda essa porra de dor de uma vez por todas, porque eu realmente não aguento mais. Jogo a garrafa pela janela para que se junte com as outras na grama do jardim.

[...]

Depois de uma caminhada de trinta minutos eu não mudava de ideia, precisava fazer isso. Paro na frente da linha do trem, coloco um pé de cada vez dentro da linha, parada ali já começava a escutar o barulho da enorme máquina de ferro vindo. Não mexo um músculo se quer, quando vi a luz se aproximando e som da buzina fechei os olhos, alguns segundos após isso sinto meu corpo ser envolto e lançado para o lado.

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𝐓𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐭𝐨 𝐭𝐡𝐞 𝐌𝐨𝐨𝐧 | 𝙨𝙝𝙤𝙧𝙩 𝙛𝙞𝙘 | ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora