Friday

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— E se ele não quiser ir? — Maxine se virou mais uma vez para encarar o irmão que revirou os olhos. — E se ele me rejeitar?

— E por que ele faria isso? — A menor suspirou voltando sua atenção a frente da cafeteria.

Estava dentro do carro de Lucas já fazia um tempo, tinha tomado uma decisão no dia anterior e essa decisão a deixava tremendo dos pés a cabeça.

Queria convidar Mark para ir consigo a premiação que aconteceria no domingo. Estava tão confiante quando falava para Lucas de sua ideia mas ao pensar bem o medo de ser rejeitada consumiu todo o ser da mulher. 

Era fato que foram poucas vezes em que se relacionou com homens e namoro sério? Poxa, ela poderia contar nos dedos e nem iria precisar das duas mãos. Mark poderia dizer um simples não, poderia ter um compromisso ou sei lá, eram tantas coisas que passavam na cabeça da escritora.

— Maxine! - Lucas estalou os dedos na frente da irmã, já estava ficando estressado com suas atitudes de adolescente. — Tenho coisas a fazer, ele não vai te rejeitar! — O maior apressou a mais nova vendo a suspirar e concordar com a cabeça.

Device desceu do carro e se despediu do irmão ouvindo um "bonne chance" o que fez a outra suspirar mais uma vez.

Maxine entrou no estabelecimento com os olhos direcionados a mesa de sempre mas quando viu que o local já estava ocupado por uma moça e uma garotinha optou por sentar perto da vitrine observando os bolos e tortas que haviam ali.

Max nunca foi muito fã de doces, no máximo que comia era torta de limão e os biscoitos que sua avó costumava fazer.

Era uma boa lembrança que tinha da senhora, uma mulher doce com uma alma tão leve e pura. Depois da morte dos seus progenitores Maxine e Lucas foram enviados a Coreia para ficar aos cuidados de sua avó. E então quando a mulher percebeu que os biscoitos amanteigados deixavam seus netos felizes ela passou a fazer sempre que podia.

E Maxine amava, é claro que amava. Era a única coisa que a distraia da dor e tristeza.

— Parece que alguém roubou seu lugar. — Max desviou o olhar para o rapaz a sua frente, ele sorria enquanto limpava as mãos no avental.

— Ah, sim. — A menor riu sem graça. Observou o rapaz sorrir de um modo simpático enquanto analisava a francesa.

— Ah, sinto muito! Eu sou o dono da cafeteria, John Seo. — O americano estendeu a mão tirando a menor de seu transe.

— É um prazer John. — Maxine apertou a mão do maior e sorriu simples. — Sou Maxine. — O homem de cabelos castanhos aumentou o sorriso o que o fez ficar adorável. É um rapaz muito bonito. — Como sabe que eu sentava ali?

— Ah, Mark é um grande amigo meu. — Foi ai que ela descobriu que provavelmente Mark teria falado dela para Johnny. Sentiu as pontas de suas orelhas queimarem, o que será que John achava de si? — Ele gosta muito de você. — Johnny soltou sem perceber deixando Maxine na dúvida, aquela frase parecia ter um duplo sentido.

— Enfim John. — Maxine estava morrendo de vergonha, só queria mudar de assunto logo. — Seu sobrenome é Seo mas o café se chama Kim. — Sorriu sem graça, não era só pelo fato de demonstrar falso interesse sobre o assunto mas também por estar sendo analisada de uma forma tão intensa.

Johnny estava examinando a mulher como se quisesse achar algum defeito ou como se estivesse escaneando a aparência dela. Não fazia por mal, era apenas um instinto. Mark havia comentado que estava sentindo coisas estranhas em relação a mulher e Johnny sentiu que deveria conhece-lá antes que o mais novo tomasse alguma decisão precipitada.

mon amour, Device /// Mark Lee Onde histórias criam vida. Descubra agora