Uma criança uma vez me disse ter achado diamantes na rua. Eufórica, me mostrou os pequenos globos que claramente eram de alguma bijuteria. Desiludi a criança que achava estar rica, disse que aquilo não possuía nenhum valor, e ela sorriu da situação enquanto criava universos paralelos em sua mente em que agora era rico. No mesmo instante, me contava que caso aquilo fosse de fato uma joia rara, daria uma delas pra mãe de seus amigos e concluiu afirmando que daria uma para todo mundo do bairro. Questionei sobre qual seria a razão que a levaria a dividir, já que ela era quem havia achado. Sua resposta simples e a principio, fora de minha compreensão, foi um "Sei lá".
A verdade é que para crianças não há porque ter todo dinheiro do mundo para si se você tem amigos, porque para se divertirem e brincar, eles se procuram e dividem toda uma trajetória que marca para sempre suas vidas. Tudo isso é fruto de sua natureza inocente. E a inocência de uma criança deveria ser a fonte de inspiração para todos nós. Inocência que os faz ver felicidade no que é engano e no que é fato. Acredito que toda criança já confundiu bijuteria com joias. Acredito também que as crianças são joias, das mais puras e verdadeiras, e nós que já crescemos nos tornamos de alguma forma, bijuterias.
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30 dias de escrita
Документальная прозаEste desafio de 30 dias contam um pouco sobre mim, um homem cheio de amarguras e também repleto de amor. Meu coração e minha alma aqui estão despojados. Prêmios: 3° lugar - Concurso Palavras Douradas 2° Edição