Capítulo I

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    No dia mais aguardado da semana, os quatro amigos se encontram na casa de Simon para jogar seu RPG de mesa, um jogo onde tudo vem da imaginação, as aventuras, personagens e tudo que se pode pensar. Dessa vez, iriam jogar o mais convencional e comum de todos, uma aventura medieval com magias, dragões e perigos.

    O primeiro a chegar, Chris, como sempre. Lá ele cumprimenta a mãe de Simon, uma senhora muito gentil que as vezes leva alguns aperitivos para os garotos. Logo depois desce ao porão onde encontra Simon no meio de vários papeis e exercícios de física, ele está terminando a lição de casa que foi dada naquele dia.

    —Chris! Chegou cedo, ainda nem consegui acabar a lição de casa... — disse ele enquanto olhava para o amigo — vou terminar aqui enquanto a gente espera os outros dois, você se importa?

    O valentão rapidamente exclamou — Claro que não, leve o tempo que precisar — e depois foi se sentar no seu pufe favorito, ninguém além dele podia sentar lá.

    Passando cerca de dez minutos, a Amy chegou, toda eufórica, parecia que tinha acabado de correr uma maratona. A mãe de Simon ficou assustada e chamou os garotos lá de baixo para ver o que estava acontecendo. Os dois vieram correndo ver o que aconteceu, Simon até bateu a canela na escada enquanto subia. Chegando, perguntam o que tinha acontecido.

    Ainda ofegante, Amy começou a contar o que tinha acontecido — U-um cachorro enorme estava me perseguindo desde que eu entrei na rua, eu estava com tanto meeedo!

    Os dois, acostumados com a situação, chegaram perto da janela e viram o enorme cachorro, ele era pequeno, bem pequeno, que se você pisasse nele era provável de nem perceber. Amy tem muito medo de cachorros, não importa o tamanho deles ou se são amigáveis.

    Depois de entenderem a situação, voltaram para o porão como se nada tivesse acontecido, Amy começa a gritar com os dois — Vocês não vão nem ver se eu estou bem? — enquanto fingia uma cara triste.

    — Não — disseram os dois com uma voz tão combinada de desaprovação e continuaram descendo sem nem olhar para trás.

    Amy vendo a situação, parou de encenar e foi junto com eles.

    Agora com o grupo quase completo, eles se sentam espalhados pelo cômodo enquanto esperam o CDF terminar a lição de casa e o Felipe chegar. Esperaram cinco, dez, quinze minutos e nada do último integrante chegar.

    Cansado disso, o valentão começa a se perguntar sozinho — Onde aquele gordo se meteu que ainda não chegou?

    Logo em seguida uma voz responde —Ei! Já falei para não me chamar de gordo!

    Todos param o que estavam fazendo e olham para a direção da voz assustados, é Felipe, que por algum motivo já estava lá.

    — Co-como você chegou ai? — perguntou Amy assustada com a aparição do amigo.

    — Bom, eu entrei pela porta da casa...

    Ele é interrompido por ela — Tá, vou perguntar de uma forma melhor, como você chegou ai SEM a gente ver?

    — Ah, agora faz mais sentido, eu cheguei a um tempo e precisei ir no banheiro, quando eu sai, vi que a Amy tinha sido perseguida de novo pelo micro cachorro do vizinho e já desci para esperar vocês. E depois que vocês desceram eu continuei lendo o meu mangá aqui enquanto o Simon fazia a lição dele, achei que era isso que estavam esperando.

    Em um grito unificado — Avise que chegou!!

    Logo após isso, Simon terminou a lista de exercícios e eles se juntaram para decidir as regras do jogo. Amy sugeriu uma simulação de guerra entre civilizações, Simon um mundo tecnológico em busca de relíquias antigas, Felipe uma aventura no mar e Chris uma arena grega. Enquanto discutiam um tema sem sucesso, decidiram tirar na garrafa quem seria o mestre que também seria quem escolheria o tema.

    O valentão correu para pegar uma garrafa de água em sua mochila, colocou no centro da mesa e girou com a maior força possível. De acordo com as regras deles, a decisão da garrafa era imutável e impossível de ser refeita, sob o juramento de "O que foi feito, está feito".

    A garrafa girou e girou, até que, como se fosse magica, ela ficou de pé. Os amigos se entreolharam quietos, todos com duvida de como aquilo tinha acontecido e de quem seria o mestre.

    Em meio ao silencio, veio uma voz para dentro da cabeça dos quatro: "Parece que dessa vez eu que sou o mestre!"

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